Romário pede a Del Nero para "sair definitivamente da CBF"

Romário pede a Del Nero para "sair definitivamente da CBF"

Presidente licendiado foi alvo de bombardeio dos parlamentares na CPI do Futebol

AE

Na CPI do Futebol, Romário pede a Del Nero para "sair definitivamente da CBF"

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Marco Polo Del Nero passou maus bocados durante as quase três horas em que respondeu às perguntas feitas por senadores na CPI do Futebol, nesta quarta-feira, em Brasília. Ouviu acusações fortes, comentários irônicos, críticas e até um pedido para que se afastasse de vez do futebol do ex-jogador e parlamentar Romário. Mas passou o tempo todo afirmando que vai provar ao FBI que é inocente e que pretende reassumir a presidência da CBF - está licenciado do cargo por 150 dias - assim que "resolver os problemas".

Antes que os senadores começassem a fazer perguntas, Del Nero leu um texto em sua defesa. Afirmou que o futebol brasileiro é um exemplo de organização, que ainda não teve acesso às acusações que lhe são feitas pela Justiça dos Estados Unidos e pelo Comitê Ética de Fifa e que tem certeza de que provará a sua inocência. Ele quis fazer suas considerações por escrito "para que ficassem registradas".

Depois de um início ameno, com perguntas pouco relevantes feitas pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator da CPI, a temperatura aumentou com a entrada em cena de Romário (PPS-RJ). O ex-jogador, que preside a CPI, centrou fogo nas denúncias contra Del Nero e em detalhes da investigação nos Estados Unidos que foram divulgados pelo FBI.

Respondendo "não sei" à maior parte das perguntas que lhe foram direcionadas, Marco Polo del Nero deixou a CPI de Futebol sem convencer senadores. Ele alegou desconhecimento sobre quaisquer questões relacionadas ao Comitê Organizador Local (COL) da Copa de 2014 ou à CBF em período anterior ao seu mandato.

Apesar de não ter se recusado a responder nenhuma questão e ser poucas vezes interrompido pelo advogado José Roberto Batochio, que o acompanhava, Del Nero não deu respostas satisfatórias para os senadores, que chegaram a zombar de seu conhecimento sobre contratos firmados pela CBF e de sua memória quanto a acontecimentos
pessoais, como telefonemas, conversas privadas e viagens.

No início de dezembro, Del Nero foi um dos 16 dirigentes indiciados pela Justiça dos Estados Unidos, fato que o levou a se licenciar da CBF. Ele também é alvo de investigações no Conselho de Ética da Fifa e, se punido, pode ser suspenso do futebol. Del Nero afirmou que as acusações são injustas e que irá provar sua inocência. "As pessoas podem ser indiciadas e ter o direito de fazer sua defesa e, na minha defesa, vou provar que há um equívoco muito grande nesse indiciamento da justiça americana".

Ele também desacreditou as acusações de que teria desviado dinheiro do COL e negou que tivesse feito parte do Comitê durante a Copa do Mundo. "Posso assegurar que é inverídica a informação de que entrei no COL em 2012. Entrei em abril de 2015, quase um ano depois da Copa", alegou.

O senador Romário assumiu o interrogatório com uma série de perguntas sobre corrupção e a culpa da CBF pelo momento "ridículo" em que o futebol brasileiro se encontra. As questões geraram desconforto e fizeram Del Nero gaguejar. "Vi alguns contratos, mas não todos. Não dá para ver todos", respondeu Del Nero sobre quando assumiu a CBF.

Romário afirmou ter percebido que o presidente licenciado não possui "muita noção" do que acontece na entidade. Del Nero se defendeu, alegando que não era o presidente no período. "Eu era vice. Vice é vice, vice não manda nada", afirmou. Um dos presentes que acompanhava a sessão gritou que o "vice é decorativo", em referência à carta de Michel Temer à presidente Dilma Rousseff. A situação arrancou risadas de alguns senadores.

Por fim, Romário pediu que Del Nero se afastasse definitivamente da CBF. "O senhor é para mim uma das pessoas que mais fazem mal ao futebol brasileiro e internacional. Gostaria de fazer um pedido público para que o senhor se retirasse definitivamente da CBF, para que possamos ter uma CBF séria". Ele também afirmou que, assim como os dois últimos presidentes da Confederação, Ricardo Teixeira e José Maria Marin, Del Nero é um "câncer" do futebol.

Del Nero também enfrentou dificuldades para responder por que não viaja mais para o exterior, para acompanhar jogos da seleção brasileira. "O senhor tem medo de ser preso?", questionou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Del Nero afirmou que não haveria motivos para isso. Ele também negou que tenha visitado paraísos fiscais e afirmou jamais ter visitado Barbados, contrariando a informação da Anac, responsável pelo controle aéreo no Brasil, que foi trazida à CPI pelos senadores.

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