Semifinalistas, Caxias e Ypiranga mostram organização para colher frutos ao final da temporada

Semifinalistas, Caxias e Ypiranga mostram organização para colher frutos ao final da temporada

Clubes do interior buscam vagas na final do Gauchão em confrontos contra a dupla Gre-Nal

João Paulo Fontoura

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O Ypiranga tem o que o Caxias deseja. E não se trata da vantagem na primeira semifinal do Gauchão, mas sim a participação na Série C do Brasileiro. O time de Erechim ao final do ano deseja subir um degrau e conquistar uma vaga na Série B. Em comum aos dois, além do fato de encarar a dupla Gre-Nal em Porto Alegre nos jogos de volta do estadual no final de semana, o trabalho realizado há algum tempo nos clubes, com frutos colhidos. E por colher ainda, dentro e fora das quatro linhas. Para o time da Serra, porém, o empate não será suficiente no domingo. Uma nova igualdade levará a decisão para os pênaltis e seria o terceiro empate com o Inter no torneio. Para o Canarinho, se não levar gols na Arena, no sábado, estará de volta à decisão do Estadual pelo segundo ano seguido. 

A reportagem do Correio do Povo conversou com dirigentes dos dois clubes. Em uma semana que pode ser histórica para ambos, caso os dois alcancem a final do Gauchão. Desde 1954, no mínimo ou Grêmio ou Inter foi finalista. Confira abaixo o que pensam os executivos Farnei Coelho do Ypiranga e Marcelo Segurado, do Caxias. 

Farnei Coelho, executivo do Ypiranga

1) Como repercutiram na cidade e no clube os resultados da semana passada? O primeiro tem a questão financeira envolvida, mas o segundo aproxima o time de uma final do Gauchão pelo segundo ano seguido.
Não é de agora que o presidente tem a habilidade de envolver toda a região com gente boa que apoia o clube. O envolvimento é muito grande. O sentimento é de orgulho e pertencimento. As vitórias contra Grêmio e Bragantino só enalteceram e valorizam mais isso. Está se formando uma geração de crianças torcedoras do Ypiranga e isso vale mais que dinheiro. Financeiramente a passagem de fase na Copa do Brasil nos dá mais tranquilidade para investir em atletas para a Série C. Assim como a renda do jogo contra o Grêmio em torno de R$ 500 mil que podemos usar para melhorar a estrutura do estádio.  

2) O impacto de uma possível classificação para a final pode alterar alguma coisa para o planejamento de Copa do Brasil e série C? Pergunto no sentido do plantel ser assediado. 
Desde o ano passado isso acontece, mas esse ano estamos mais preparados. Contratos melhor amarrados e com multas maiores para clubes do interior. E há um mês entre o final do Gauchão e início da Série C. Vai ter tempo pra trazer mais dois ou três jogadores mesmo que se negocie algum jogador. O impacto vai ser menor.

3) O time do Grêmio vinha se repetindo. Pelos desfalques que terá, fica mais difícil imaginar como vai pro jogo da Arena?
Um jogador do sub-20 do Grêmio ou o Suárez tem muita qualidade. O Grêmio tem muita gente competente. Nós também temos cinco, seis fora e isso faz parte. Acho que isso no interior é muito mais significativo do que na capital. Não acho que vai interferir na qualidade do time deles. Vai ser uma pedreira absurda em Porto Alegre.  

4) Como tem sido o teu trabalho do lado do Luizinho Vieira para gerenciar clube e vestiário?
É agradável de falar sobre isso. O Luizinho é uma pessoa fantástica. Extremamente otimista e não vê dificuldade em nada. Deixa o ambiente sempre leve e com a energia que deixa todo mundo com vontade de estar aqui no Colosso da Lagoa. Acredito que 50% é a questão técnica, mas 50% é isso. Bons salários, moradias dignas para os jogadores,  estrutura de saúde forte, e isso gera um ambiente alegre.   

Marcelo Segurado, executivo do Caxias

1) O Caxias já virou a página do jogo de sábado?
Não diria virar a página, mas é como fosse o primeiro tempo esses 90 minutos. E a gente quer que o segundo jogo seja uma continuidade de um jogo bem jogado. O Inter e o Caxias mantiveram seus modelos de jogo. Fizemos um excelente jogo no Beira-Rio na primeira fase e não veio a vitória por interferência da arbitragem que deu um gol impedido. Vamos motivados e sabendo que serão 11 contra 11 e estamos preparados para a pressão com respeito ao Inter e sua torcida.

2) Tanto o trabalho quanto à postura do Thiago Carvalho têm chamado a atenção. Isso tem se provado no dia a dia também?
O Thiago é um treinador da nova geração que tem o entendimento muito peculiar com modelo de jogo moderno e faz o time entender isso. À medida que os jogadores entendem isso, o coletivo e a individualidade aparecem. No dia a dia é um cara exemplar, que motiva, treinos diferentes sem as mesmices, dá oportunidade para todos. E com certeza vai ser um dos treinadores a se apresentar com muita desenvoltura. Acredito muito nele. Já foi campeão da Série D pela Aparecidense. 

3) O Mano saiu daí falando em obrigação de vencer no Beira-Rio. Isso de certa maneira tira um pouco da pressão do Caxias e isso pode favorecer?
Não vejo assim. A pressão vai existir independente de qualquer coisa. A pressão é jogar em estádio lotado, contra o vice-campeão brasileiro e que joga junto há mais de meio ano. A obrigação é em função de tudo, mas isso não existe. Hoje o futebol está nivelado quando você oferece um trabalho com estrutura para os atletas desenvolvem. Isso está sendo mostrado na Copa do Brasil. A vantagem a situação de favoritismo vai para o Inter sem dúvida, mas isso não tira de nós a pressão e a vontade de vencer. 

4) O sorteio da arbitragem é na quinta-feira. O Caxias observa de que maneira a escolha de quem vai apitar depois do que ocorreu no Centenário? 
Em virtude do que ocorreu, quando o juiz deixou de dar um pênalti claro para o Caxias prejudicando a oportunidade de sair com a vitória além de jogar bem. Ele foi ao VAR e ratificou o erro. É uma situação grotesca. Não foi a primeira vez no campeonato. No Beira-Rio, o Vuaden deu um gol impedido para o Inter que sacramentou o empate e de novo o Vuaden no clássico contra o Juventude deixou de dar um pênalti claro no Eron. O Caxias se posicionou na FGF para que possa ter um árbitro que apite sem ter a pressão de beneficiar direta ou indiretamente um time de camisa mais pesada. Não temos preferência, mas não queremos que ele ajude ou prejudique nenhum dos dois times.


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