Técnico do Uruguai comemora retorno de Suárez contra o Brasil

Técnico do Uruguai comemora retorno de Suárez contra o Brasil

Oscar Tabárez considera injusta e excessiva a punição dada ao atacante

AFP

Técnico do Uruguai comemora retorno de Suárez contra o Brasil

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O técnico da seleção uruguaia, Oscar Tabárez, deu uma entrevista a um mês em meio do jogo contra o Brasil, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, e não esconde a satisfação com o retorno do astro Luis Suárez.
O atacante de 29 anos ficou fora das últimas nove partidas oficiais da "Celeste", devido à mordida no zagueiro italiano Chiellini durante a Copa do Mundo no Brasil.

Por conta da suspensão, que Tabárez considera "injusta e excessiva", "Luisito" ficou fora da Copa América, no ano passado, no Chile, e das primeiras quatro rodadas das Eliminatórias. "Estávamos esperando esse momento há muito tempo, mas chegou a hora dele voltar", comemora o "Maestro", como é conhecido o treinador, que está no cargo desde 2006.

"Suárez é importante pelo que faz dentro de campo, pelos gols que faz, mas também pela forma com a qual supera as dificuldades. É um grande aporte para a equipe", analisa o treinador de 68 anos, que vê com bons olhos a grande fase do atacante com o Barcelona.

"Os jogadores evoluem. Na medida que o tempo passa, ele aproveita as circunstâncias, e todo mundo sabe que ele tem um enorme potencial, que poderia até ser mais explorado. Para mim, não é uma surpresa, cada vez que Suárez jogava com a seleção, ele sempre trazia coisas que conquistou com seus clubes", opina.

Desfalques defensivos

O Uruguai vem fazendo uma campanha surpreendente, ocupando a vice-liderança, com três vitórias em quatro rodadas, somando nove pontos, dois de vantagem sobre o Brasil, que é o terceiro colocado. A equipe venceu os dois primeiros jogos mesmo sem poder contar com sua dupla estelar de atacantes: além de Suárez, Edison Cavani, do Paris Saint-Germain, também teve que cumprir suspensão, pela expulsão polêmica por ter reagido à "dedada" do chileno Jara durante a Copa América.

Para as partidas contra o Brasil, no dia 25 de março, na Arena Pernambuco, e o Peru, no dia 29, no estádio Centenário de Montevidéu, Tabárez pode contar com força máxima no ataque, mas precisa lidar com vários desfalques no setor defensivo.

O capitão Diego Godín, do Atlético de Madri, Álvaro Pereira (ex-São Paulo, hoje no Getafe) e Martín Cáceres, da Juventus, estão lesionados, levando a imprensa local a cogitar o retorno de Diego Lugano. De volta ao São Paulo, onde é ídolo, o ex-capitão da "Celeste" conhece bem o futebol brasileiro, mas seu rendimento vem caindo drasticamente nos últimos anos, e ele sequer foi convocado para a última Copa América.

Tabárez, porém, preferiu não citar nomes que poderia suprir os desfalques na retaguarda. "Existem alternativas em todas as posições, e estamos acompanhando muitos jogadores, não apenas aqueles que foram convocados nos últimos anos", explica.

"Brasil luta contra ele mesmo"

Para o treinador, "ainda é cedo para tirar conclusões muito avançadas" sobre o início das eliminatórias, mas "algumas coisas nos surpreenderam. Uma das principais surpresas é o Equador, líder isolado com 100% de aproveitamento, enquanto a Argentina de Messi precisou esperar a quarta rodada para obter a primeira vitória (1-0 sobre a Colômbia, fora de casa), e ocupa apenas a sexta posição.

"Não tiveram um bom início, mas já estão de volta nos trilhos. É uma equipe que vai estar aí, brigando novamente. Tem sido assim historicamente", prevê Tabárez. "Podemos dizer o mesmo do Brasil, que ainda está lutando contra ele mesmo, por causa do que aconteceu na Copa do Mundo. Mas é uma seleção muito poderosa. O Brasil é quase o sinônimo de futebol. É o país mais vitorioso no futebol internacional a nível de seleções", resume Tabárez.

Perguntado sobre como vê a própria seleção, o "Maestro" mantém o tom reservado de sempre: "somos uma equipe que pode complicar a vida dos outros, mas não mais que isso". "As eliminatórias sul-americanas são as mais difíceis do mundo, porque as distâncias são muito grande. Isso gera desgaste. São muitas seleções (10) e as condições geográficas e climáticas são diferentes, e têm sua influência. Além disso, existe um clima muito emotivo, é duro para todos", lembra o treinador.

A "bomba" do "Fifagate"

Tabárez também falou sobre o "Fifagate", escândalo de corrupção que abala o futebol mundial, principalmente o sul-americano, com vários dirigentes investigados ou atrás das grades. "É como se uma bomba tivesse explodido. Como sempre, quando acontecem esse tipo de coisas, é das ruínas que surge a esperança de construir coisas para chegar ao caminho que queremos. Neste momento, não digo que seja uma utopia, mas não deixar de ser algo que parece distante", lamenta.

"Não sei se estamos realmente iniciando uma nova etapa, porque as mudanças ainda não são visíveis", analisa o técnico, que pediu mais transparência no repasse dos direitos de TV para os clubes. "O dinheiro da TV não pode solucionar tudo, há outras coisas que não dependem disso. Mas ajudaria muito", opina.

"Os clubes não podem fazer coisas importantes, como a formação de jovens, se não conseguem arrecadar. É impossível ter projetos a longo prazo", indaga. "Quando dinheiro que poderia ser usado para isso é desviado para coisas ilegais, as coisas não funcionam", conclui o "Maestro".

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