"Todos nós caminhávamos sem rumo", diz prefeito de Chapecó ao relembrar luto
Luciano Buligon relembra reconstrução da cidade, um ano após a morte de 71 pessoas
publicidade
Se a notícia arrebatou o Brasil e o mundo, levou os chapecoenses a um luto sem precedentes. “Nos primeiros dias de dezembro, na produção industrial, nos serviços, houve uma diminuição considerável. Foi típico de um momento de tragédia”, resumiu.
As primeiras razões que levaram à reconstrução não demoraram a surgir. A palavra mais repetida pelo prefeito é solidariedade. “Com o tempo, e a solidariedade, fomos nos reconstruindo. Começamos o ano imbuídos do conceito de resiliência. Ao longo do ano, principalmente depois daquelas manifestações de solidariedade de todas as partes do mundo, especialmente Medellín, nos deram força para que começássemos a nos reerguer”, relata.
A parceria com a cidade colombiana, consagrada em lei, não para de gerar novas ações, como presentes de obra de arte e outras. “Somente eu sei o carinho que recebi naquele momento duro quando estávamos lá. Eu vim com os corpos e, a todo momento, as pessoas nos abraçavam. Teve um médico no necrotério que partiu um sanduíche e me deu a metade. Aquilo que o mundo viu na TV, nós sentimos de perto”, contou Buligon.
Durante o dia de ontem, dois artistas imortalizaram as 71 vítimas com pinturas nos muros da Arena Condá. As ações para lembrar a tragédia entraram a madrugada. Uma procissão seria realizada à meia-noite e, à 1h15min, horário da queda do avião, os sinos da igreja matriz ecoariam pelas ruas da cidade.