Volta de bebidas alcoólicas aos estádios é retrocesso, diz autor de lei que proibiu consumo
Atual prefeito de Cachoeirinha, Miki Breier protocolou projeto de veto em 2008
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"Respeito a decisão da Assembleia, me orgulho de ter estado ali por 10 anos, mas acho que faltou um pouco de debate para fazer essa mudança. O projeto de 2008 trouxe números positivos, uma vez que a bebida alcoólica tem uma relação clara com a violência doméstica, no trânsito e nos estádios. Lamento a decisão da Assembleia e acho que é um retrocesso para o Rio Grande do Sul", disse nesta quarta em entrevista à Rádio Guaíba.
Breier recordou que o assunto foi muito discutido há 10 anos, período em que houve muitas audiências públicas. "Foi tenso e difícil o debate. Me lembro que ainda tínhamos na Assembleia dois deputados muito ligados ao futebol, que eram os casos do deputado Cassiá Carpes e do então deputado Paulo Odone e ambos foram contra o consumo de bebidas alcoólicas nos estádios", afirmou.
Questionado sobre a situação atual, em que torcedores bebem antes de ingressar nos estádios, Breier destacou que a não comercialização de bebidas no decorrer do jogo colabora para que as pessoas não sustentem um possível estado de embriaguez. "Eu sei que as pessoas bebem antes de ingressar nos estádios, mas atualmente, como não é comercializado, elas ficam 90 minutos sem a bebida e neste momento o metabolismo funciona", argumentou.
Nessa terça, a Assembleia Legislativa aprovou a liberação para o consumo de bebidas alcoólicas nos jogos de futebol. A proposta, que delimita a venda até o intervalo e após as partidas, teve 25 votos favoráveis e 13 contrários. Agora segue para sanção do governo do Estado.