Fotógrafo "atropelado" em comemoração promete torcida para a Croácia na final
Yuri Cortez foi derrubado durante celebração de gol de Mandzukic
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"De repente eram quatro ou cinco na minha frente e eu estava na cadeira fazendo as fotos. E começaram a chegar mais jogadores, incluindo os do banco, que pressionaram e aconteceu esta espécie de avalanche. Fui jogado para trás com tudo, a cadeira e eles por cima. Foi um bom momento na realidade, isto de compartilhar a alegria deles com a classificação à final e possivelmente a Copa do Mundo foi um grande momento", relata Cortez. "Me sinto próximo, me sinto identificado com eles. Vou apoiar a Croácia, sem dúvida (sorri). Vamos!", disse ao ser perguntado para quem irá torcer na final.
A situação não impediu o fotógrafo de continuar fotografando o momento de alegria dos croatas. "Comecei a disparar a câmera enquanto caía. Quando caí e fiquei debaixo da montanha de jogadores continuei apertando a câmera, registrando seus rostos, a euforia, a emoção do festejo", recorda. "Foi totalmente inesperado. Tudo aconteceu tão rápido, foi tudo tão inesperado, surpreendente, e ao mesmo tempo emotivo que na realidade não tive tempo de pensar mais que em disparar a câmera e tentar registrar os rostos de felicidade e deles festejando", completou.
Momento em que Mandzukic estende a mão para Yuri, que está caído / Foto: Yuri Cortez / AFP / CP
O fotógrafo explicou que só percebeu a reação do mundo à comemoração horas depois. "Dirigi por uma hora e meia, demorei a chegar ao aeroporto. Aí comecei a receber ligações e o telefone não parou de tocar. Quando resolvi a questão do voo, dei uma olhada na tela do telefone e havia centenas de ligações, uma pessoa havia ligado 50 vezes, outra 25, outras 10, 15, insistentemente. Bem, aí comecei a perceber que o fenômeno estava nas redes", afirmou Yuri Cortez.
Fotógrafo de guerra
Cortez, salvadorenho de 53 anos, se tornou em menos de um minuto o protagonista involuntário de um evento global. Em três décadas de carreira, ele registrou o conflito interno em seu país, assim como guerras, desastres naturais, golpes de Estado e crises humanitárias.
O fotógrafo, que registrou imagens de um ataque surpresa durante um trajeto com o exército americano no Iraque e a explosão de um carro-bomba em Lima em 1992, confirma seu compromisso de conseguir a imagem em momentos críticos. Entre o temor por sua vida em zonas de conflito e virar uma celebridade, Cortez ainda tenta processar o que aconteceu na quarta-feira.