6G pode ser última geração de internet móvel e permitirá comunicação holográfica

6G pode ser última geração de internet móvel e permitirá comunicação holográfica

Expectativa é que tecnologia esteja disponível oficialmente em 2030

Lucas Eliel

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O 5G chegou ao Brasil este ano e está presente nas 27 capitais do país. Até 2029, ele deve ser implantado em todos os municípios brasileiros com população igual ou superior a 30 mil habitantes. Como a inovação nunca para, as discussões sobre a próxima geração, o 6G, já existem. De acordo com o pesquisador Paulo Sergio Rufino, que participou este ano do Futurecom, em São Paulo, a expectativa é de o sinal começar a funcionar no mundo em 2030, trazendo diversos avanços, permitindo a comunicação holográfica e uma maior participação humana no processo de conexão. 

Conforme Rufino, há estudos indicando que o 6G poderá ser a última geração de internet móvel, não sendo necessária a existência do 7G, por exemplo. "A partir dessa geração, as coisas vão ficar mais a um nível de computação e menos de desenvolvimento físico, pois o 6G está indo para um novo espectro de rádio, perto de um espectro de luz, o terahertz. Essa comuniação tem um alcance curto, mas uma banda muito larga", aponta. 

O 6G trará transformações na sociedade. Uma delas é em relação aos empregos. No 5G já é possível observar o cenário de uso cada vez mais frequente de adventos tecnológicos objetivando facilitar o trabalho, como robôs de gerenciamente de estoque ou para linhas de produção em fábricas. Com a automação de muitos processos, a próxima geração da internet acarrecatará, portanto, em uma necessidade maior de especialização dos profissionais. 

Os estudos sobre o 6G indicam, conforme o pesquisador brasileiro, que a tecnologia deve estar atenta com questões sociais e ambientais. "Essa geração de internet deve ser mais humanizada, pois há a preocupação da tecnologia estar alinhada com as diretrizes da ONU (Organização das Nações Unidas), que tem grandes promessas para 2030 em relação ao desenvolvimento sustentável, levando em consideração as mudanças climáticas e a pandemia de Covid-19", diz. 

O problema relacionado ao abismo digital (quando as pessoas não acessam a internet ou têm uma conexão de má qualidade) chama a atenção nos estudos sobre o 6G. A intenção é que o sinal passe a alcançar um maior número de pessoas, inclusive, com o objetivo de diminuir a pobreza. "A cada 1% de novas pessoas com acesso à internet móvel, o PIB nessa região geográfica cresce 0,15%", destaca. 

6G exigirá menos estrutura física para funcionamento | Foto: Alina Souza

Holografia tem expectativa de se tornar uma realidade

A forma de se comunicar foi mudando bastante ao longo dos anos. Antes, era possível falar com uma outra pessoa à distância somente por intermédio de cartas. Já há um tempo, dá para fazer uma videochamada com alguém do trabalho ou da família independentemente da localização, desde que os aparelhos e a conexão sejam adequados. No 6G, a comunicação deve ir em direção a um outro patamar com a holografia. 

Segundo Rufino, a holografia permitirá as pessoas conversarem umas com as outras na forma como visto nos filmes de ficção científica. "Estão sendo feitos testes na Universidade de Arhus, na Dinamarca. Funciona assim: tem um clube, uma sala que você entra e toda a sua imagem é decriptada. Em seguida, ela é transportada para um outro lugar", explica. "Um dos grandes desafios desse tecnologia se tornar uma realidade hoje é que ela precisa de muita banda, e o tempo para se digitalizar uma pessoa, fazendo o avatar e transportando ele para um outro espaço consome muita computação", acrescenta. 

Velocidade do 6G e tempo e quando a tecnologia deve chegar

O 6G, de acordo com o especialista, deve ser 100 vezes mais rápido que o 5G. A China já manifestou o interesse em fazer o sinal funcionar em 2030. Para Ruffino, antes deste ano, já podem ser vistas versões de teste da tecnologia. A Coreia do Sul, por exemplo, começou a implementação de um piloto da quinta geração de internet móvel em 2018. 

No Brasil, conforme Ruffino, o tempo em que o 6G deverá chegar dependerá de questões governamentais e regulatórias. No 5G foi realizado um leilão em novembro do ano passado, onde foram concedidas diferentes lotes com velocidades e localizações distintas para estabelecimento da tecnologia. 

 

 

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