Astronautas chineses fazem nova caminhada especial

Astronautas chineses fazem nova caminhada especial

Até agora, o gigante asiático colocou em órbita sondas na Lua e em Marte

AFP

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Os astronautas Nie Haisheng e Liu Boming saíram do módulo Tianhe, nesta sexta-feira (20), para instalar apoios para os pés e uma bancada de trabalho no braço robótico da estação Tiangong, informou a CMSA, agência espacial encarregada dos voos tripulados. Esta é a segunda caminhada espacial que acontece em dois meses.

As imagens foram transmitidas pela emissora pública de televisão CCTV que mostraram os dois homens em seus trajes brancos, trabalhando do lado de fora da nave, à qual estavam amarrados por um cabo. A dupla também recebeu a tarefa de ajustar uma câmera panorâmica, acrescentou a rede CCTV.

O projeto faz parte do ambicioso programa espacial da China. Até agora, o gigante asiático colocou em órbita sondas na Lua e em Marte. Em junho, três astronautas chineses decolaram do deserto de Gobi, localizado no noroeste da China. Suas nave espacial se acoplou ao Tianhe ("Harmonia Celestial", em tradução livre), o único dos três módulos da estação espacial que já se encontra no espaço.

Os três homens permanecerão em órbita por um período total de três meses, o que configura a mais longa missão espacial tripulada (Shenzhou-12) já realizada pelo país asiático.

 Questão de prestígio 

Esta foi a terceira caminhada espacial dos astronautas chineses. A primeira aconteceu em 2008, transformando a China no terceiro país a fazer um ser humano sair sozinho ao espaço, depois da (agora extinta) União Soviética (URSS) e dos Estados Unidos. A segunda foi no início de julho deste ano, na estação espacial em construção.

Shenzhou-12 é a primeira missão tripulada chinesa em quase cinco anos e se trata de uma questão de prestígio para o Partido Comunista Chinês (PCC), em um ano simbólico, no qual a sigla comunista celebra seu centenário.

Nomeada CSS (para "Estação Espacial Chinesa", em tradução livre) em inglês, e Tiangong ("Palácio Celestial", em tradução livre), em chinês, a estação, quando estiver concluída, terá um tamanho similar ao da antiga estação soviética Mir (1986-2001). Sua vida útil será de, pelo menos, 10 anos.

O interesse chinês em ter sua própria base na órbita terrestre foi motivado, em parte, pela recusa dos Estados Unidos em dar acesso ao país à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). Esta infraestrutura funciona em colaboração com Rússia, Canadá, Europa e Japão.

A ISS deve ser aposentada em 2024, embora a Nasa, a Agência Espacial Americana, afirme que poderá permanecer em serviço depois de 2028.


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