Austrália dá 28 dias ao Twitter para limpar "toxicidade e ódio"

Austrália dá 28 dias ao Twitter para limpar "toxicidade e ódio"

Plataforma é responsável por uma em cada três queixas sobre discurso de ódio online denunciados no país

AFP

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O órgão australiano de segurança na internet ameaçou, nesta quinta-feira (22, noite de quarta em Brasília), multar o Twitter por não combater o abuso, ao afirmar que a compra da rede social por Elon Musk coincidiu com um aumento da "toxicidade e do ódio". A comissária de cibersegurança da Austrália, Julie Inman Grant - uma ex-funcionária do Twitter -, assinalou que a plataforma é agora responsável por uma em cada três queixas sobre discurso de ódio online denunciados em seu país.

Inman Grant indicou que o Twitter tem 28 dias para tratar desse problema ou será multado em 700 mil dólares australianos (R$ 2,26 milhões) por cada dia de descumprimento do prazo.

Desde que Musk comprou a plataforma em outubro de 2022, cortou mais de 80% da equipe do Twitter em todo o mundo, incluindo muitos moderadores de conteúdo encarregados de eliminar o discurso de ódio. "O Twitter parece ter falhado em combater o ódio", afirmou Inman Grant, que trabalhou com cibersegurança para o Twitter depois de passar 17 anos na Microsoft.

Segundo a comissária, o órgão australiano está "longe de ser o único preocupado com o nível crescente de toxicidade e ódio no Twitter, em especial contra as minorias". A Austrália lidera o esforço global para a regulação das plataformas de redes sociais, e esta não é a primeira vez que Inman Grant cita publicamente o Twitter.

Em novembro do ano passado, ela escreveu a Musk para expressar seu temor de que os cortes de pessoal deixariam a empresa incapaz de cumprir as leis australianas. O jornalista de origem aborígene Stan Grant, uma figura midiática respeitada na Austrália, disse em maio que apresentou uma reclamação ao Twitter pela "imundície racial implacável" com a qual se depara constantemente na plataforma.


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