Bola de fogo é vista cruzando o céu do interior de São Paulo

Bola de fogo é vista cruzando o céu do interior de São Paulo

Rocha espacial foi flagrada na noite de terça-feira, por volta das 21h35min, e capturada por câmeras localizadas em diferentes cidades

R7

Rocha espacial foi flagrada na noite de terça-feira, por volta das 21h35min, e capturada por câmeras localizadas em diferentes cidades

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Uma bola de fogo foi flagrada cruzando o céu de cidades do interior de São Paulo na noite de terça-feira. A rocha espacial entrou na atmosfera terrestre por volta das 21h35min, de acordo com a Bramon (Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros). As imagens da "fireball" foram capturadas por câmeras da Bramon e pôde ser vista em diversas cidades paulistas como Indiaporã, Nhandeara, Cerqueira César, Barretos, Monte Azul Paulista e Piracicaba, além de Telêmaco Borba, no Paraná.

"São chamadas de 'bola de fogo' ou 'fireball' os meteoros que terminam de forma explosiva, ou aqueles mais luminosos que o planeta Vênus, um dos astros mais brilhantes do Sistema Solar", afirma o diretor técnico da Bramon, Marcelo Devita. Segundo Devita, a magnitude do corpo celeste chegou -9,5, o equivalente a 100 vezes a luminosidade de Vênus. "Quanto mais brilhante é o meteoro, 'menor' é a sua magnitude dentro dessa escala", explica.

Velocidade nos céus

Além da luminosidade, a bola de fogo chamou a atenção também pela sua velocidade. "Ele atingiu a atmosfera de Oeste para Leste, mesmo sentido da rotação da Terra e no mesmo sentido que o planeta se desloca em torno do Sol. Nessa configuração de meteoro, a velocidade é subtraída da velocidade de rotação e translação da Terra, portanto, para, nós, observadores, a impressão é de que o corpo celeste está passando mais lentamente", diz.

A rocha espacial começou a ser vista quando estava a 60,8 km de altitude, em uma região de divisa entre São Paulo e Minas Gerais, e desapareceu a uma altitude de cerca de 25,3 km, enquanto passava pela cidade de Votuporanga, no interior de São Paulo.

Apesar disso, Devita afirma que, ao que tudo indica, o astro chegou a tocar o solo. "Sabemos que houve meteoritos, mas ainda não sabemos precisar qual a massa inicial desse corpo celeste, bem como a quantidade que sobreviveu a passagem atmosférica."

O registro de meteoritos na área não é tão comum. Segundo o especialista, o último encontrado caiu em janeiro de 2015 no município de Porangaba, região de Sorocaba. A rocha espacial tinha dez centímetros de diâmetro, pesava 400 gramas e pode ter mais de 4 bilhões de anos.


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