Brasil quer desenvolver cooperação aeroespacial com a Itália

Brasil quer desenvolver cooperação aeroespacial com a Itália

Ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação disse, em evento na embaixada italiana, que foco é fortalecer cooperação científica

R7

Luciana Santos no encontro na embaixada italiana

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A ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, afirmou nesta segunda-feira que o Brasil e a Itália traçam um plano de cooperação com foco na área aeroespacial. A ideia é fechar essa parceria durante o 2º Encontro dos Líderes das Agências Espaciais Membros da Organização Internacional Ítalo-Latino-Americana, que ocorre em maio. 

"Há um estudo ítalo-latino-americano que procura desenvolver, conhecer o domínio que cada país tem sobre o debate e, a partir daí, ver por qual caminho vai sair um plano concreto, através de alguma plataforma multiuso para poder desenvolver cursos, programas", afirmou a ministra, em encontro que reuniu os secretários estaduais de ciência e tecnologia e representantes italianos na Embaixada da Itália. 

A cooperação ítalo-brasileira em ciência e tecnologia também deve ser estendida para áreas de matemática aplicada e computação, citou Luciana. "Queremos diversificar essa cooperação para outras áreas de conhecimento."

A ministra destacou o papel dos secretários de estado nesta cooperação, uma vez que é no contexto das fundações estaduais que são desenvolvidos os laços bilaterais. Neste sentido, o embaixador da Itália, Francesco Azzarello, ressaltou o desejo de fortalecer a parceria científica entre os países. "A prioridade está no clima, biodiversidade. Fazer do mundo sustentável para as futuras gerações."

Presidente do Conselho Nacional das Pesquisas da Itália (CNR) e ex-ministra italiana da Educação, Universidade e Pesquisa, Maria Chiara Carrozza destacou a necessidade do Brasil cumprir com a expectativa de priorizar e dar robustez à pesquisa e cooperação internacional científica. "Depois da Covid e da emergência pandêmica, houve muitos investimentos em pesquisa na biodiversidade, agricultura de precisão, na tecnologia e inteligência artificial e em outros setores. Para nós é um momento especial e oportuno para olhar o Brasil como um parceiro científico importante", destacou Carrozza. 

Incremento ao fundo

Durante o evento, a ministra de Ciência e Tecnologia anunciou que espera, ainda em abril, recompor o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico "em sua totalidade, aportando R$ 9,6 bilhões na ciência brasileira". O aporte seria por meio de crédito suplementar, a ser enviado pelo Governo ao Congresso Nacional na forma de um projeto de lei. 

O movimento ocorre após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetar da Lei Orçamentária Anual (LOA) R$ 4,266 bilhões em despesas propostas, sendo que quase 98% do montante barrado iria para o fundo. A justificativa do governo é que não foi cumprida a regra do próprio fundo que exige proporção entre operações reembolsáveis e não reembolsáveis. No entanto, os técnicos do Congresso Nacional apontam que o recurso foi dobrado graças à emissão de títulos públicos, o que não entraria no limite referido.

A promessa do governo, anunciada anteriormente por Luciana, era a de remanejar o recurso barrado para a área ainda em fevereiro. Agora, a expectativa é abril.


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