Brasil se torna membro associado do Cern

Brasil se torna membro associado do Cern

Segundo ministra Luciana Santos, acordo está alinhado às prioridades do governo federal para reindustrialização em novas bases e inovação nacional

AFP

Brasil se torna membro associado do Cern

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O Brasil se tornou o primeiro país das Américas a ser membro associado do Cern, a Organização Europeia para a Investigação Nuclear, anunciou, nesta sexta-feira, a entidade com sede na Suíça. Lar do maior laboratório de física de partículas do mundo, o Cern busca descobrir do que é feito o universo e como ele funciona, com o objetivo de avançar os limites do conhecimento humano.

Ao se tornar um membro associado, o Brasil agora poderá ter um papel mais profundo nos trabalhos dentro da organização. O acordo admitindo o Brasil como membro associado do Cern foi assinado em março passado e agora entra em vigor, depois que o país concluiu todo o processo de adesão e ratificação.

'Este acordo permite que Brasil e Cern aprofundem e fortaleçam sua colaboração, abrindo uma ampla gama de oportunidades novas e mutuamente benéficas em pesquisa fundamental, desenvolvimento tecnológico e inovação, e atividades de educação e treinamento', disse a diretora-geral do Cern, Fabiola Gianotti, à época da assinatura.

O laboratório do Cern fica nos limites de Genebra, próximo à fronteira entre França e Suíça. Cerca de 2.500 pessoas de todo o mundo trabalham no local. O Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) do Cern - um túnel de 27 km de circunferência a cerca de 100 metros sob a superfície - foi utilizado para provar a existência do Bóson de Higgs, apelidada de 'A Partícula de Deus', que ampliou o entendimento de como as partículas adquirem massa.

A cooperação formal entre Brasil e Cern remonta a 1990. Somente nos quatro principais experimentos do LHC, cerca de 200 cientistas, engenheiros e estudantes brasileiros colaboram em áreas que vão desde hardware e processamento de dados até análise física.

Fundado em 1954, o Cern tem 23 Estados-membros: 22 da Europa, mais Israel. Chipre, Estônia e Eslovênia são membros associados em fase de pré-adesão.

Com a formalização do acordo, o Brasil se junta a Croácia, Índia, Letônia, Lituânia, Paquistão, Turquia e Ucrânia como Estados-membros associados, e pode agora indicar representantes para participar das reuniões do conselho do Cern e do comitê financeiro, segundo a organização.

Os cidadãos do Brasil são agora 'elegíveis para se candidatarem a cargos de duração limitada e aos programas de pós-graduação do Cern, e sua indústria poderá concorrer a contratos do Cern, aumentando as oportunidades de colaboração industrial em tecnologias avançadas', acrescentou.


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