Cápsula Orion pousa segura no oceano e conclui com sucesso missão à Lua

Cápsula Orion pousa segura no oceano e conclui com sucesso missão à Lua

Jornada de 25 dias da Artemis 1 foi primeiro passo para viagens tripuladas ao satélite da Terra e a Marte

AFP

Cápsula testou sistemas para voo tripulado

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A cápsula espacial Orion, da Nasa, pousou em segurança no oceano Pacífico neste domingo, concluindo a missão Artemis 1. A viagem de mais de 25 dias ao redor da Lua foi o primeiro passo para levar os humanos de volta ao satélite natural da Terra em alguns anos.

O pouso no mar ocorreu em frente à ilha de Guadalupe, no México, às 9h40min (14h40 de Brasília). "Este dia marca um grande feito para a Nasa, os Estados Unidos, nossos parceiros internacionais e toda a humanidade", disse o diretor da agência espacial norte-americana, Bill Nelson.

A cápsula, que não levou tripulantes a bordo neste voo de testes, reentrou na atmosfera terrestre a 40.000 km/h e precisou suportar um calor de 2.800 graus centígrados, metade da temperatura do Sol. O principal objetivo da missão consistia em testar o escudo térmico, o maior já construído, com cinco metros de diâmetro.

A descida vertiginosa da nave foi freada primeiro pela atmosfera e depois por uma série de pelo menos 11 paraquedas até alcançar uma velocidade de aproximadamente 30 km/h ao tocar a água. "Tivemos um pouso no mar absolutamente perfeito", disse Melissa Jones, encarregada das operações de recuperação da Nasa.

Pouco depois, helicópteros sobrevoaram a nave espacial, que não apresentou danos aparentes. A Orion devia flutuar durante aproximadamente duas horas, um tempo muito maior do que se houvesse astronautas a bordo, a fim de compilar informações, fundamentalmente sobre o calor induzido no interior.

O sucesso desta missão era crucial para a Nasa, que investiu dezenas de bilhões de dólares no programa Artemis de retorno à Lua. Além de levar os humanos de volta ao espaço, seu objetivo é preparar uma futura viagem a Marte. 

Um primeiro voo de teste foi realizado em 2014, mas a cápsula não saiu da órbita da Terra e entrou na atmosfera mais lentamente, a cerca de 32.000 km/h. No total, a Orion percorreu desta vez mais de 2,2 milhões de quilômetros no espaço desde sua decolagem, em 16 de novembro, no primeiro voo do novo megafoguete da Nasa, o SLS, que a lançou.

A nave sobrevoou a Lua a 130 km de sua superfície e se aventurou a mais de 430.000 km da Terra, mais longe do que qualquer outra nave espacial deste tipo até hoje.

A Orion fornecerá informações sobre o estado da espaçonave após o voo, mas também sobre as acelerações e vibrações sofridas a bordo e sobre o desempenho de um colete colocado em um manequim dentro da cápsula para testar a proteção que um humano teria contra a radiação durante a viagem espacial. 

Espera-se que alguns componentes da cápsula sejam reutilizados na missão Artemis 2, que já está em estágios avançados de planejamento.  Esta segunda missão, prevista para 2024, levará uma tripulação à Lua, embora sem pouso. A Nasa deve anunciar os nomes dos astronautas escolhidos muito em breve.

A Artemis 3, prevista oficialmente para 2025, vai levar pela primeira vez uma espaçonave ao polo sul da Lua, onde há água em forma de gelo.


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