China critica "golpes baixos" dos EUA contra Huawei

China critica "golpes baixos" dos EUA contra Huawei

Relações entre duas potências são tensas em inúmeras questões

AFP

Segundo China, EUA promovem discriminação contra a a Huawei

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A China criticou nesta quinta-feira (16) os "golpes baixos" de Washington contra a Huawei e denunciou a "discriminação racial generalizada" nos Estados Unidos, em resposta às críticas americanas aos direitos humanos visando a gigante chinesa das telecomunicações.

As relações entre as duas maiores potências mundiais são tensas em inúmeras questões: comércio, lei de segurança nacional em Hong Kong, Mar da China Meridional ou ainda muçulmanos uigures.

Neste contexto, os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira restrições de visto contra funcionários de empresas de tecnologia chinesas, incluindo a Huawei, em caso de "apoio material" a violações dos direitos humanos.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, acusou a empresa de telecomunicações de instalar tecnologia de vigilância em Xinjiang - uma região no noroeste da China que há muito é atingida por atentados.

Segundo organizações de defesa dos direitos humanos, um milhão de uigures e membros de outros grupos étnicos muçulmanos estão ou foram internados na região em nome da luta contra o terrorismo.

Mike Pompeo, que suspeita que a Huawei espione para o governo de Pequim, também elogiou a decisão do Reino Unido de cortar os laços com a gigante em sua rede 5G e de se juntar à lista de "países limpos".

"Não há nada de limpo no que os Estados Unidos estão fazendo. São golpes baixos", declarou nesta quinta-feira Hua Chunying, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China."A única falha da Huawei é ser chinesa", disse à imprensa.

A porta-voz também denunciou as acusações de Washington em matéria de direitos humanos, criticando o intervencionismo americano em países estrangeiros ou a "discriminação racial generalizada" em solo americano.

"Se Pompeo quer falar sobre direitos humanos, deve perguntar a George Floyd e aos membros de minorias étnicas nos Estados Unidos o que eles pensam sobre isso", ironizou Hua, referindo-se ao afro-americano morto sufocado no final de maio por um policial.

O Reino Unido decidiu na terça-feira retirar de sua futura rede 5G todos os equipamentos produzidos pela Huawei, em nome da segurança nacional.

As sanções dos EUA impostas em maio, destinadas a cortar o acesso da empresa privada chinesa a semicondutores fabricados com componentes americanos, pesaram na decisão.

"Isso mostra que o governo britânico perdeu sua preciosa independência e autonomia na questão da Huawei", denunciou Hua Chunying, que havia acusado o Reino Unido no dia anterior de ser um "vassalo" dos Estados Unidos.

 


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