Ciberataque paralisa sistema de saúde da Irlanda

Ciberataque paralisa sistema de saúde da Irlanda

Software semelhante atacou, também, a operadora de oleoduto Colonial Pipeline nos EUA

AFP

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O serviço público de saúde da Irlanda, o HSE Ireland, anunciou nesta sexta-feira (14) que foi obrigado a paralisar o seu sistema, devido a um ciberataque com um "ransomware", um programa de roubo de dados."Por precaução, decidimos suspender todos os nossos sistemas para protegê-los deste ataque e para avaliar a situação de maneira detalhada", afirmou o organismo no Twitter.

O ciberataque contra o HSE utilizou um software malicioso semelhante ao que atacou a Colonial Pipeline, operadora de um enorme oleoduto nos Estados Unidos que reiniciou todo seu sistema na quinta-feira à noite (13) depois de ter sido paralisado no último fim de semana. O ataque foi executado pelo grupo criminoso DarkSide, informou o FBI, a Polícia Federal americana.

A saúde pública irlandesa enfrenta "um problema bastante grave", afirmou o diretor-geral do HSE, Paul Reid, ao canal estatal RTE. Explicou, também, que o ataque foi concentrado no acesso aos dados armazenados nos servidores centrais. 

O HSE pediu desculpas pelos problemas provocados a seus pacientes e afirmou que a vacinação não será afetada, "seguindo adiante como estava previsto". A vacinação contra a covid-19 está aberta para pessoas com mais de 50 anos na Irlanda, onde a doença matou 4.937 pessoas, segundo os dados oficiais. O serviço de ambulâncias, também, está "operando com normalidade, sem impacto no gerenciamento de chamadas e de emergência em todo país", acrescentou o HSE. A maternidade Rotunda de Dublin anunciou o cancelamento de todas as consultas, com exceção para as mulheres grávidas de 36 semanas, ou mais.

Neste contexto, o ministro britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab, pediu na quarta-feira a formação de uma coalizão internacional para fortalecer a segurança cibernética contra agentes estatais e contra criminosos que buscam subverter as normas democráticas. "Utilizamos nossas capacidades, porque são necessárias para defender nossos cidadãos e salvaguardar a colaboração internacional. Nossos adversários utilizam seu poder para roubar, sabotar e saquear o sistema internacional", afirmou em uma conferência virtual organizada pelo centro Nacional de Cibersegurança ( NCSC) britânico.

Segundo Raab, paises como Rússia, China, Irã e Coreia do Norte "em vez de perseguir, apoiam estes grupos" e por isso a importância deste acordo internacional a fim de preservar as bases demócraticas.


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