CR7, Mbappé, Snoop Dogg... Estrelas do esporte e do entretenimento investem nos NFT
O mercado sofreu uma queda de volume de gastos de 75% entre fevereiro e meados de abril de 2022
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Cristiano Ronaldo, Kylian Mbappé, Snoop Dogg... O interesse de estrelas do esporte e do entretenimento pelos NFT vem crescendo cada vez mais, entre projetos, colaborações e investimentos em empresas especializadas, uma maneira de fazer seus fãs conhecerem estes objetos digitais únicos.
O NFT, sigla em inglês para "non-fungible token" (token não fungível), é um formato digital que permite associar a qualquer objeto virtual, seja uma imagem, uma foto, uma animação, um vídeo ou uma música, um certificado de autenticidade gravado em uma corrente de blocos (ou "blockchain"), a mesma tecnologia na qual se baseiam as criptomoedas, como o "Bitcoin".
Recentemente foram realizados dois anúncios que simbolizam a aceleração de uma tendência iniciada há um ano: menos de uma semana depois de ter sido oficializada uma colaboração "exclusiva" e "plurianual" entre a plataforma de transferência de criptomoedas Binance e o astro do futebol Cristiano Ronaldo para criar uma coleção de NFT, foi a vez de outro craque, Kylian Mbappé, revelar seu interesse pelo universo da "Web3", a nova internet.
O campeão do mundo pela seleção francesa vai se associar como "investidor e embaixador exclusivo da 'startup' francesa Sorare, criadora de um jogo online de troca de figurinhas esportivas que combina os setores em alta: os NFT e as ligas de esportivas virtuais (Fantasy Sports).
Depois da campeã do tênis Serena Williams, que se tornou membro do conselho de administração e sócia da Sorare desde janeiro deste ano, e também os jogadores de futebol Gerard Piqué, Rio Ferdnand e Antoine Griesmann, a empresa francesa conta agora com mais uma estrela.
"Minha relação com os fãs é muito importante para mim, por isso a ideia de proporcionar experiências e um acesso sem precedentes através desta plataforma NFT (com a Binance) é algo do qual queria fazer parte", declarou Cristiano Ronaldo, uma das personalidades mais populares na internet, com 500 milhões de seguidores em suas redes sociais.
Autenticidade ou sinal de distinção?
Se o ator francês Omar Sy e o jogador de basquete da NBA Rudy Gobert apoiam a "The Metaverse Marauders", uma coleção de 12 mil NFT que representam todo um painel de criaturas extraterrestres, outras estrelas do esporte e do entretenimento, como Neymar, Eminem e Paris Hilton se uniram ao "Bored Ape Yatch Club", um círculo fechado de detentores de NFT relacionados com imagens únicas e vendidos a mais de US$ 200 mil (pouco mais de R$ 1 milhão) cada unidade.
O cantor Justin Bieber, por exemplo, pagou US$ 1,3 milhão pelo seu em janeiro deste ano.
"É realmente como o verdadeiro mundo (dos colecionadores): existem pessoas nos NFT que sabem muito, se interessam e passam tempo, e depois tem outras que aderem à moda e compram o que lhes foi dito para comprar", explica à AFP John Karp, presidente da NFT Factory e expert no setor, comparando o interesse pelo 'Bored Ape Yacht Club' ao dos 'novos ricos'.
Um caso contrário ao de Snoop Dogg. O rapper americano revelou em setembro do ano passado que se escondia por trás do perfil anônimo de "Cozomo de Medici", um famoso colecionador no mundo dos NFT pela compra de várias obras de arte famosas, o que vai além da "Bored Ape Yacht Club".
"Entendemos que havia um espaço bastante autêntico, um verdadeiro conhecimento. Seus conselhos contam, seu ponto de vista é importante. É reconhecido como uma pessoa informada", destaca Karp.
Por outro lado, existem casos de 'influencers' que lançam suas coleções de NFT para 'monetizar' suas audiências, embora vários exemplos tenham mostrado que estes ativos perdem valor rapidamente nos mercados secundários, onde a receita esperada não é produzida.
Depois de ganhar US$ 1 milhão graças á compra quase imediata de NFT por seus fãs, o cantor Shawn Mendes viu seu valor se dividir por quatro em apenas um ano.
Após gerar US$ 44,22 bilhões em 2021, o mercado dos NFT sofreu uma queda de volume de gastos de 75% entre fevereiro e meados de abril, segundo o gabinete Chainalysis.