Empresas no South Summit apostam na informação para uma agricultura sustentável

Empresas no South Summit apostam na informação para uma agricultura sustentável

Evento trouxe diferentes iniciativas para uso inteligente de recursos

Camila Pessôa

Evento reuniu empresas com soluções inovadoras para o agronegócio

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O uso de tecnologia para coletar dados e personalizar o manejo em propriedades rurais tem sido tema de diferentes atividades no South Summit, evento de inovação que ocorre até sexta-feira (31) no Cais Embarcadero, em Porto Alegre. Não foi diferente na sessão Sustainable Solutions: From the farm to fork journey, apresentada nesta quinta-feira (30). Com diferentes empresas em bate-papo, a atividade mostrou a informação pode revolucionar o manejo nas propriedades, seja por meio de uma inteligência artificial que prevê como vai estar uma lavoura daqui a meses ou anos, tal como a AiBruna, da ALtumLab, ou com uma plataforma que orienta os produtores sobre que insumos utilizarem, como DigiFarmz.

“O agribusiness está colaborando com os produtores para ajudar eles a serem mais sustentáveis”, diz Cedrik Kern, moderador do bate-papo e gerente de Soluções para Agronegócio da SAP, empresa de desenvolvimento de software que desenvolve parcerias tanto com a ALtumLab quanto com a DigiFarmz, também presentes no evento. Segundo ele, um fator que torna esse desenvolvimento de tecnologias para geração de dados e otimização da produção ainda mais necessário é o surgimento de regulamentações que exigem que as empresas alimentícias prestem contas sobre suas emissões de gases do efeito estufa e práticas sustentáveis. 

“Essas empresas estão vendo agora que a maior parte do impacto dos produtos alimentícios vem do campo, então mais de 60% e, em alguns casos, 70% das emissões de gases de efeito estufa não estão vindo da fábrica nem do transporte, mas sim dos produtores”, enfatiza Kern. Assim, o campo torna-se foco. “E isso só acontece com parceria e colaboração com os produtores e vemos vários cenários em que você precisa ter melhores soluções sobre como colaborar com eles, ter aplicativos e soluções para esses produtores”, destaca o diretor. 

Nesse sentido, a porto-alegrense Digifarmz ajuda produtores a tomar decisões de manejo. “A gente auxilia eles a saber que insumos usarem, que biológicos, que químicos, que genéticas e quando aplicá-los”, detalha Alexandre Chequim, co-fundador da empresa. Segundo ele, as informações geradas pela plataforma aumentaram a produtividade e rentabilidade dos clientes em até 50%. “Então eles conseguem aumentar a produção de alimentos com menos uso de químicos e com isso tem mais rentabilidade”, complementa Chequim.

Já a chilena ALtumLab desenvolveu a inteligência artificial AiBruna, que une aprendizado de máquina para prever qual vai ser o desempenho da lavoura dos clientes. “Então basicamente a gente pega todos os dados disponíveis de um cliente e prevemos qual vai ser a qualidade em um mês, dois meses e seis meses e nós sugerimos ações para melhorar a qualidade, como fertilização e mudança da data de colheita”, explica a CEO da empresa, Madeleine Valderrama. A inteligência artificial também é focada na economia de água e eletricidade, o que a torna capaz de otimizar ainda mais a produção.

 


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