Especialista alerta para aspectos éticos e o uso responsável da Inteligência Artificial (IA) na sociedade

Especialista alerta para aspectos éticos e o uso responsável da Inteligência Artificial (IA) na sociedade

Membro do IEEE, Euclides Chuma defende que a população participe dos debates sobre as novas tecnologias

Correio do Povo

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O avanço da Inteligência Artificial (IA) e sua presença constante no dia a dia estão levantando debates dos impactos destas novas tecnologias na sociedade. Na avaliação do especialista e membro sênior do Instituto dos Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), Euclides Chuma, é importante ampliar a discussão sobre o uso responsável da IA na sociedade e a questão ética.

Chuma cita que a IA, por vezes, interfere na vida dos indivíduos - de maneira direta e indireta - e por isso precisa ter sua utilização bem planejada e seus eventuais impactos.

"A maioria das IA são baseadas em estatísticas, são ferramentas mais rápidas e precisas para prever o comportamento humano. São excelentes para a otimização, mas apenas ter os insights nem sempre significa um impacto positivo no dia a dia. Essa ciência vai até certo ponto. Para a tomada de ações ainda estamos muito longe de ver os seus benefícios. Como vamos empregar dados de IA de forma ética? Por exemplo, uma seguradora pode negar uma indenização, em caso de furto ou roubo, a um motorista que dirige com frequência em áreas de risco. Isso é justo? É ético? Essa reflexão vale para outros setores da economia", avalia.

O especialista projeta que a IA irá auxiliar a Humanidade em muitas atividades e na utilização de diferentes recursos. "O gerenciamento de serviços é uma delas. Hoje a taxa de lixo é cobrada de forma igual para todos. Mas se você é uma pessoa que recicla, cuida do meio ambiente, a IA pode mostrar isso e você pagar um valor menor. Seria ótimo usar a tecnologia para monitorar a quantidade e a qualidade do lixo que cada um produz. Com um controle mais preciso, é possível cobrar taxas diferenciadas de cada indivíduo ou empresa ou indústria. Esse é um exemplo de bom aproveitamento da tecnologia para reduzir a pegada de carbono e desenvolver uma sociedade mais sustentável", diz o engenheiro.

Para Chuma, é também importante um maior rigor no Brasil com as normas de produção de dispositivos eletrônicos para o usuário final. E falar mais com a sociedade sobre o emprego adequado de informações e das novas tecnologias. Isso passa pela maior conscientização da população e deve começar nas escolas. "As crianças aprendem de forma mais rápida e podem atuar como multiplicadores, educadores em suas famílias, especialmente diante de um mundo em constante transformação e em um cenário de mudanças climáticas", afirma.


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