Estado do segmento russo da ISS preocupa, diz diretor de engenharia espacial

O segmento russo da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) se encontra em estado de obsolescência, já que vários de seus equipamentos chegaram ao fim de sua vida útil, o que é preocupante - afirmou um engenheiro espacial russo ligado ao projeto. "O estado atual do segmento russo da ISS causa preocupação", disse Vladimir Soloviev, diretor de voo e engenheiro-chefe da RKK Energuia, empresa responsável por essa parte da estação, à agência de notícias pública Ria Novosti.

Segundo ele, "em torno de 80% dos sistemas de voo já estão no fim de sua vida útil, o que significa que podem haver falhas irreparáveis a qualquer momento". 

Nestes últimos meses, apontando, em particular, para a obsolescência das infraestruturas, a Rússia tem manifestado, com frequência, que está considerando deixar seus parceiros da ISS (Estados Unidos, Canadá, Japão e a Agência Espacial Europeia) a partir de 2025 e desenvolver sua própria estação orbital.

Diversas avarias levantaram temores de que esses problemas estruturais possam, em última instância, ameaçar todo segmento, em seu conjunto, pondo a segurança das tripulações em risco. Na segunda-feira, Soloviev indicou que foram detectadas rachaduras no módulo de carga "Zarya", que data de 1998. Já o "Zvezda' sofreu vazamentos de ar em diferentes ocasiões, em particular em 2019 e em 2021.

No início de abril, ele havia estimado que a vida útil da ISS poderia chegar a 2030, mas que se pode esperar uma "uma avalanche de falhas" a partir de 2025. A indústria espacial russa tem tido muitos problemas nos últimos anos, entre lançamentos frustrados e escândalos ligados à corrupção.

Quer, no entanto, ganhar novo fôlego com projetos ambiciosos, como a construção de sua própria estação espacial, ou de uma base lunar junto com a China. Em meio às tensões bilaterais e internacionais, sua cooperação com os Estados Unidos se deteriorou.