EUA preocupado com uso de dados no X, antigo Twitter, na era Musk

EUA preocupado com uso de dados no X, antigo Twitter, na era Musk

Departamento de Justiça pediu que seja rejeitada tentativa da empresa de se esquivar das obrigações assumidas em maio de 2022

AFP

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O governo dos Estados Unidos teme que a rede social X, antigo Twitter, tenha deixado de cumprir seus compromissos de segurança e confidencialidade de dados sob o controle do magnata Elon Musk, segundo documentos judiciais. Segundo um ofício apresentado a um tribunal de São Francisco na noite de segunda-feira, o Departamento de Justiça pediu a um juiz que rejeite a tentativa da empresa de se esquivar das obrigações assumidas em maio de 2022.

A plataforma aceitou então pagar uma multa de 150 milhões de dólares (742 milhões de reais na cotação atual) e submeter-se a controles periódicos para garantir o cumprimento das normas impostas pela Comissão Federal do Comércio (FTC, sigla em inglês).

Em julho, já na era Musk, o X solicitou aos tribunais a rescisão ou modificação deste pacto. "X pretende agora se desfazer deste acordo e limitar a verificação de suas práticas em matéria de dados. Este pedido não tem fundamento e deve ser recusado", afirmam os advogados do governo em documentos judiciais.

Depois de comprar o Twitter em outubro de 2022, Musk demitiu rapidamente mais da metade dos funcionários da empresa californiana, incluídos muitos diretores experientes com essa regulamentação. A FTC advertiu então a rede social do risco de multas altas caso não cumprisse o acordo. "Nenhum diretor executivo ou empresa está acima da lei", destacou um porta-voz da agência federal.

No texto, os advogados também pedem ao tribunal que rejeite o pedido do bilionário de não ser obrigado a depor. "X não tem direito a uma ordem de proteção que suspenda o depoimento de Musk. Contrariamente às afirmações do X, Musk tem um conhecimento único e de primeira mão sobre o estado atual e a direção das práticas de dados da companhia e seus esforços para cumprir com a ordem administrativa de 2022", detalham.

O acordo de 2022 foi fechado após a FTC acusar o Twitter de enganar seus usuários entre 2013 e 2019 ao ocultar que utilizava seus dados pessoais para ajudar os anunciantes a lhes enviar publicidade dirigida.


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