Facebook acusado de censura na Grécia por remover fotos em apoio a preso de extrema esquerda

Facebook acusado de censura na Grécia por remover fotos em apoio a preso de extrema esquerda

Cerca de 3.000 pessoas protestaram na segunda-feira em frente ao Parlamento de Atenas em solidariedade a Dimitris Kufodinas

AFP

Rede social é acusada de apagar fotos postadas por usuários

publicidade

Vários fotógrafos e um advogado acusaram, nesta terça-feira, na Grécia a rede social Facebook de censura, por ter removido as fotos de uma manifestação a favor de um preso de extrema esquerda em greve de fome. Cerca de 3.000 pessoas protestaram na segunda-feira em frente ao Parlamento de Atenas em solidariedade a Dimitris Kufodinas, que está em greve de fome desde janeiro e se encontra internado na UTI de um hospital. 

Kufodinas, de 63 anos, chefe do grupo "17-novembro", iniciou uma greve de fome para pedir sua transferência para uma prisão de Atenas, perto de sua família. Está preso há quase 18 anos e foi condenado à prisão perpétua pelo assassinato de 11 pessoas. O Facebook considerou que as publicações relacionadas ao ativista "vão contra as normas relacionadas a indivíduos e organizações perigosas".

"O Facebook removeu minhas publicações por terem violado as normas da rede social", disse em sua página Tatiana Bolari, que trabalha para a agência de fotografias grega Eurokinissi. "Sendo assim, esta manifestação NÃO aconteceu (...), eu NÃO ESTAVA, e ninguém estava", denunciou.

Lefteris Partsalis, um fotógrafo freelancer que trabalha para a CNN na Grécia, disse que a rede social não permitirá a transmissão ao vivo de vídeos por um mês após ter publicado fotos do mesmo protesto na segunda-feira. "Milhares de pessoas se reuniram para protestar de forma pacífica", disse.

Outro fotógrafo, Marios Lolos, que trabalha para a agência chinesa Xinhua, também relatou que suas fotos foram censuradas. O advogado de direitos humanos Thanassis Kampagiannis, que também participou da manifestação, disse que o Facebook também colocou restrições para sua conta.

A advogada de Kufodinas disse nesta terça-feira que seu cliente está "entre a vida e a morte, quase em coma". As autoridades indicaram que deram ordens ao hospital para "tomar as medidas necessárias" e manter o detido com vida.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895