Foguete europeu Vega-C decola pela primeira vez

Foguete europeu Vega-C decola pela primeira vez

Aparelho colocará várias cargas científicas em órbita a uma altitude de 5.800 km

AFP

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O foguete Vega-C, uma evolução mais potente do lançador italiano Vega, decolou nesta quarta-feira (13) da base espacial de Kourou, na Guiana Francesa, para seu lançamento inaugural. O aparelho colocará várias cargas científicas em órbita a uma altitude de 5.800 km. O lançador europeu decolou da plataforma de lançamento às 13h13min GMT (10h13min de Brasília), perfurando rapidamente a espessa cobertura de nuvens acima da selva da Guiana, de acordo com a transmissão ao vivo da Agência Espacial Europeia, responsável pelo programa.

"Trajetória nominal, pilotagem tranquila, parâmetros normais a bordo", anunciou o diretor de operações enquanto o foguete subia no céu. O lançamento ocorreu com duas horas de atraso, tendo a contagem regressiva sido interrompida duas vezes menos de dois minutos antes da decolagem para verificações técnicas após o relato de anomalias.

Vega-C - "C" de "Consolidação" de acordo com seu principal fabricante, a italiana Avio - é uma versão aprimorada do lançador leve Vega, que foi utilizado 20 vezes (com duas falhas) desde 2012. Com 35 m de altura, é um pouco mais alto e mais largo que o Vega e pode colocar em órbita polar de referência a uma altitude de 700 km satélites de até 2,2 toneladas, contra 1,5 tonelada do Vega.

Com seu desempenho aprimorado, o Vega-C pode atender a 90% do mercado de satélites em órbita baixa a algumas centenas de quilômetros de altitude, comparado à metade do Vega, segundo Avio. Este lançador leve é considerado o irmão mais novo de Ariane 6. Os dois programas foram lançados em 2014.

O Vega-C poderá realizar algumas das missões anteriormente atribuídas ao lançador médio russo Soyuz. Este último era, até a invasão da Ucrânia pela Rússia, também comercializado pela Arianespace e disparado da base de Kourou.

Dois minutos e meio após a decolagem, o foguete se separou com segurança de seu primeiro estágio P120C. Ele também é usado como propulsor para o Ariane 6, uma racionalização que permite aos europeus desenvolver uma família de lançadores mais competitivos contra a concorrência americana.

Pouco mais de duas horas após o lançamento, a quarta etapa, o módulo Avum+, deve liberar a uma altitude de 5.800 km diversas cargas científicas desenvolvidas por universidades, que encontraram espaço livre a bordo por se tratar de um voo de teste do foguete. Além de quatro "cubesats" pesando alguns quilos, transporta LARES-2, uma esfera metálica de 300 kg usada para estudar o efeito da gravidade em órbita.


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