Futurecom: perigos no uso do ChatGPT e seus desafios para a cibersegurança

Futurecom: perigos no uso do ChatGPT e seus desafios para a cibersegurança

Utilização do chatbot online por golpistas foi tema de painel do IEEE na Futurecom 2023

Vítor Figueiró

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Comandado por uma Inteligência Artificial (IA), o chatbot online, conhecido como ChatGPT, massificou sua utilização e ganhou diversos usuários pelo Brasil e pelo Mundo neste ano. No entanto, apesar de trazer facilidades, a ferramenta pode representar uma vantagem para golpistas no universo digital. O alerta foi feito pelos professores e membros do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), Jéferson Nobre e Marcos Simplicio. A dupla participou do talk show promovido pelo IEEE na Futurecom 2023, nesta terça-feira, que comentou as tendências de tecnologia para os próximos anos. 

"A IA permite aos atacantes um ataque mais sofisticado e customizado para cada usuário", explicou Jéferson Nobre, que é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ele reitera que os aspectos humanos e suas fragilidades são explorados pelos criminosos. "Muitas vezes, as mensagens vem com coisas que estamos propensos a acreditar. Nobre comentou sobre casos em que um bot atua como um recrutador para descobrir informações pessoais de alguém que esteja buscando emprego. 

O ChatGPT permite que a interação entre o golpista e o humano seja mais sofisticada. "Ele reduz a capacidade do humano de reconhecer que está conversando com um modelo malicioso". Nobre usa o exemplo do "fishing" - maneira de fraude eletrônica para obter informações confidenciais. 

Conforme o especialista, a IA tem a capacidade de coletar informações nas redes sociais e "adaptar o discurso" para quem for o alvo. "A IA faz com que isso seja capaz e de maneira precisa", finalizou. 

Na avaliação de Marcos Simplício, que é professor da Universidade de São Paulo (USP), as pessoas acabam dando munição aos golpistas com a divulgação indiscriminada de informações pessoais. "Elas colocam coisas no ChatGPT". 

Por essas razões, a cibersegurança vem trabalhando com o conceito de "Zero Thrust", confiança zero, para que as defesas dos sistemas não caiam todas juntas.  "Hoje o que acontece é um efeito dominó. O trabalho é para que os módulos diferentes consigam se proteger de maneira individual".


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