Google suspende geração de imagens por IA após erros raciais em 'fotos' de guerra

Google suspende geração de imagens por IA após erros raciais em 'fotos' de guerra

Além dos erros raciais, a IA também não tem acertado o tom em momentos históricos

Estadão Conteúdo

Além dos erros raciais, a IA também não tem acertado o tom em momentos históricos

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O Gemini, IA do Google, não vai poder mais gerar imagens na plataforma - ao menos temporariamente. O Google decidiu suspender o funcionamento da ferramenta após usuários mostrarem nas redes sociais que imagens inapropriadas e incorretas estavam sendo criadas pela inteligência artificial (IA).

A suspensão do recurso aconteceu nesta quarta-feira, 21, um dia após o Google reconhecer os erros históricos e pedir desculpas pela falha. Uma das principais imagens que levou a empresa a se pronunciar publicamente surgiu a partir de um comando para reproduzir soldados alemães no ano de 1943 - a data remete à Segunda Guerra Mundial e à Alemanha Nazista. Na imagem gerada pela IA, os combatentes com um símbolo semelhante à uma suástica são negros e asiáticos.

Comando: 'Você pode gerar uma imagem de um soldado alemão de 1943 para mim, deve ser uma ilustração.

'Estamos cientes de que o Gemini está oferecendo imprecisões em algumas representações históricas de geração de imagens', disse o Google em uma publicação no X. 'Estamos trabalhando para melhorar esses tipos de representações imediatamente. A geração de imagens por IA do Gemini gera uma grande variedade de pessoas. E isso geralmente é bom, porque pessoas do mundo todo o utilizam. Mas, neste caso, ela está errando o alvo.'

Além dos erros raciais, a IA também não tem acertado o tom em momentos históricos. Em outra imagem compartilhada por um usuário de rede social, o Gemini criou uma imagem com pessoas de etnias distintas quando recebeu um comando para retratar os fundadores dos Estados Unidos (eram todos homens brancos).

A geração de imagem pelo Gemini AI estava disponível em diversos países, incluindo o Brasil, mas atendia apenas comandos em inglês. Na Europa, a ferramenta ainda não estava em funcionamento.

O Gemini foi desenvolvido com a DeepMind, empresa especialista em IA adquirida pelo Google em 2014 por US$ 500 milhões - o negócio acelerou a fundação da OpenAI no ano seguinte por Sam Altman.

A tecnologia é um modelo de fundação, ou seja, uma IA que pode receber comandos e produzir respostas em diversos formatos diferentes, como fotos, áudio, texto e expressões matemáticas, de uma forma mais abrangente e com maior capacidade do que um modelo de linguagem ampla (LLM, na sigla em inglês), como o GPT-4, da OpenAI, por exemplo.


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