Huawei anuncia aumentos nas vendas em 2023 apesar de sanções dos EUA

Huawei anuncia aumentos nas vendas em 2023 apesar de sanções dos EUA

Desde 2019, medidas impostas por Washington isolaram o grupo das cadeias globais de fornecimento de tecnologias e componentes americanos

AFP

Entre janeiro e dezembro, a Huawei registrou vendas anuais de "mais de 700 bilhões de iuanes"

publicidade

O grupo chinês Huawei declarou nesta sexta-feira (29) que "resistiu à tempestade" das sanções impostas pelos Estados Unidos, com um aumento das vendas anuais e resultados notáveis no mercado de smartphones que levantam dúvidas sobre a eficácia destas medidas. Há anos no centro da rivalidade tecnológica entre China e Estados Unidos, a empresa foi acusada pelas autoridades americanas - que não apresentaram provas -, de espionar para o governo chinês, o que a empresa nega com veemência.

Desde 2019, as sanções impostas por Washington isolaram o grupo das cadeias globais de fornecimento de tecnologias e componentes americanos, obrigando a companhia chinesa a reorientar sua atividade em setores como software, dispositivos conectados, ou computação empresarial. "Após anos de trabalho duro, conseguimos resistir à tempestade", afirmou nesta sexta-feira o presidente interino do grupo, Ken Hu, em uma mensagem de Ano Novo.

Entre janeiro e dezembro, a Huawei registrou vendas anuais de "mais de 700 bilhões de iuanes" (R$ 476 bilhões na cotação atual), disse aos seus funcionários. O número representa um aumento interanual de quase 9%.

Os números sobre lucros líquidos, ou vendas de smartphones, que foram bastante enfraquecidos nos últimos anos pelas sanções, não foram divulgados. O grupo, que havia alcançado uma estabilidade geral de vendas em 2022, viu, entretanto, seu lucro líquido interanual cair acentuadamente (-69%).

"Desafios importantes"

"O nosso trabalho duro nos permitiu sobreviver (...) mas ainda enfrentamos desafios importantes", alertou Ken Hu, fazendo referência às incertezas geopolíticas e econômicas, bem como às restrições tecnológicas e barreiras comerciais, que continuam pesando sobre a companhia. Apesar disso, "as atividades da empresa voltaram em grande medida à normalidade", garantiu.

Em agosto, a Huawei apresentou o Mate 60 Pro, um smartphone de ponta, cujo lançamento levanta dúvidas sobre a eficácia das sanções americanas. Lançado no dia da visita da secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, à China, o dispositivo é alimentado por um chip avançado produzido no próprio país.A Huawei também continua sendo o principal provedor mundial de equipamentos para 5G, a quinta geração de Internet móvel.

Mas os Estados Unidos tentam convencer seus aliados a proibirem o acesso da empresa às suas redes 5G, argumentando que o governo chinês poderia usar seus produtos para monitorar as comunicações e o tráfego de dados dos países ocidentais.

Em junho, a Comissão Europeia determinou que os fornecedores chineses de equipamentos de telecomunicações, incluindo a Huawei, representavam um risco de segurança para a União Europeia. O comissário do Mercado Interno, Thierry Breton, fez um apelo aos 27 Estados-membros e às operadoras de telecomunicações para que excluam esses equipamentos de suas redes móveis.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895