Juiz britânico autoriza revista na Cambridge Analytica

Juiz britânico autoriza revista na Cambridge Analytica

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Daniel Leal-Olivas / AFP / CP


A Justiça britânica autorizou nesta sexta-feira o regulador a cargo da proteção de dados privados a realização de revista nos escritórios da empresa Cambridge Analytica, acusada de ter adquirido dados de milhões de usuários do Facebook sem seu consentimento. A Information Commissionner"s Office (ICO) tinha reivindicado uma ordem de revista, outorgada na sexta-feira por um juiz da Alta Corte de Londres, para "analisar os servidores" da Cambridge Analytica e "efetuar uma verificação de dados".

Facebook, no olho do furacão

O Facebook, um dos gigantes da indústria digital, enfrenta investigações dos dois lados do Atlântico devido a seu modelo de negócios, que permitiu à empresa de análise de dados Cambridge Analytica reunir informação sobre milhões de usuários. O executivo destacou alterações feitas na plataforma em 2014 contra aplicativos “abusivos” e que estas ações evitariam que qualquer outro app – como o da Cambridge – tivesse hoje acesso a tanta informação quanto no passado. “Investigaremos todos os aplicativos que tiveram acesso a grandes quantidades de informação antes de alterarmos dramaticamente nossa plataforma para reduzir o acesso em 2014 e faremos uma auditoria em qualquer app que tenha alguma atividade suspeita”, destacou o executivo.

A Cambridge Analytica obteve informações do aplicativo do pesquisador universitário Aleksandr Kogan, que compilou informações de milhares de usuários do Facebook que o baixaram, mas também de seus amigos. Zuckerberg destacou que embora este tipo de transferência não seja mais permitido, quer tomar medidas adicionais para “assegurar a plataforma”.

Reportagem do The New York Times e do The Observer revelaram que a empresa de inteligência Cambridge Analytica obteve, de forma ilícita, dados pessoais de 50 milhões de usuários da rede social. Isso permitiu que a empresa criasse ações de marketing digital para influenciar as eleições americanas que levaram Donald Trump à presidência e o referendo pré-Brexit, que decidiu pela separação do Reino Unido da União Europeia. Nesta terça, o Parlamento britânico convocou Zuckerberg, a prestar esclarecimentos. Do outro lado do Atlântico, a agência reguladora de comércio americana (FTC, na sigla em inglês), começou uma investigação sobre o assunto.

 

Fonte: AFP

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