Mark Zuckerberg é convocado para depor sobre escândalo de vazamento de dados

Mark Zuckerberg é convocado para depor sobre escândalo de vazamento de dados

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Josh Edelson / AFP / CP Foto: Josh Edelson / AFP / CP


 

O Facebook, maior rede social do planeta, navega por mares turbulentos. Mark Zuckerberg está pressionado e a empresa, a cada dia, perde bilhões na Bolsa de Valores dos Estados Unidos e vê a credibilidade se esvair. Uma investigação realizada pelos jornais "The New York Times" e "The Observer" (a edição dominical do jornal britânico "The Guardian") revelou que a Cambridge Analytica (CA) - empresa de análise de dados que trabalhou com a equipe responsável pela campanha de Donald Trump nas eleições de 2016, nos Estados Unidos - usou dados de milhões de usuários de Facebook, sem seu consentimento. A companhia teria utilizado as informações para criar um programa destinado a prever e influenciar o voto dos eleitores.

Tão logo o escândalo estourou e ganhou proporção mundial, o Facebook suspendeu a CA ao descobrir que a empresa não havia destruído os dados de milhões de usuários. Na última segunda-feira, a Cambridge Analytica negou veementemente ter coletado sem consentimento as informações de 50 milhões de usuários para fins eleitorais. Zuckerberg ainda não se manifestou oficialmente sobre o assunto.

Em razão disso, a Comissão de Informação britânica pediu nesta terça-feira uma ordem judicial para realizar uma operação de busca e apreensão na Cambridge Analytica. Além disso, solicitou que Mark Zuckerberg seja convocado para depor diante de uma comissão parlamentar. "Buscamos uma ordem judicial para que possamos entrar e inspecionar os servidores, fazer uma auditoria de dados. O fato de o Facebook estar lá nos preocupava", declarou à BBC a presidente da Comissão de Informação (ICO) britânica, Elizabeth Denham.

A comissária Denham também pediu que o Facebook interrompa imediatamente sua própria auditoria da Cambridge Analytica para não atrapalhar o trabalho das autoridades. "O ICO quer saber se houve, ou não, o consentimento dos usuários para compartilhar os dados".

A comissão entende que, até agora, as explicações oficiais apresentadas "subestimaram o risco" da aquisição de dados pessoais dos usuários sem seu consentimento. "Chegou o momento de escutar um alto executivo do Facebook com autoridade suficiente para explicar este grande fracasso", disse Damien Collins, o deputado que preside o comitê, na convocatória dirigida a Zuckerberg.  A empresa ainda não se manifestou de forma oficial a respeito do escândalo e da convocação do fundador para depor.

 

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Sede da CA Daniel Leal-Olivas / AFP / CP


 

 

Credibilidade da CA em xeque

O interesse nas atividades de Cambridge Analytica foi redobrado após uma reportagem, na qual os diretores ofereciam a um jornalista, que se fez passar por cliente potencial, a possibilidade de desacreditar seus rivais políticos envolvendo-os com prostitutas, ou subornos, por exemplo. Os diretores explicavam algumas técnicas para manipular a opinião pública, como lançar calúnias contra os candidatos: "coisas que não precisam ser necessariamente verdade", disse o presidente da companhia, Alexander Nix, ao jornalista. Questionado pelo "The Times", Alexander Nix negou ter tentado criar armadilhas para políticos e defendeu a moralidade de sua empresa: "Trabalhamos apenas para os partidos políticos tradicionais em eleições livres e justas, em democracias livres e justas e estamos orgulhosos do trabalho que fazemos". Nix também indicou que estudaria sua saída, caso seja solicitada pelo conselho administrativo da companhia. Em um comunicado, a CA afirmou que a reportagem foi "editada para distorcer grosseiramente a natureza dessas conversas e a forma como a empresa conduz seus negócios".

 

Com informações da AFP

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