Microsoft comprará gigante de videogames Activision-Blizzard por US$ 69 bilhões

Microsoft comprará gigante de videogames Activision-Blizzard por US$ 69 bilhões

Fabricante de Candy Crush e Call Of Duty, Activion enfrenta denúncias e processos por ter permitido assédio sexual contra mulheres

AFP

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A Microsoft anunciou, nesta terça-feira (18), um acordo de US$ 69 bilhões para comprar a gigante de videogames americana Activision Blizzard, a empresa por trás de sucessos como "Call of Duty" e "Candy Crush". "Esta aquisição vai acelerar o crescimento dos negócios de videogames da Microsoft em dispositivos móveis, PCs, consoles e nuvem e fornecerá elementos básicos para o metaverso", disse a Microsoft em um comunicado. 

O chefe da Microsoft, Satya Nadella, disse no anúncio da compra que os jogos terão um "papel determinante" no desenvolvimento do metaverso. Se a transação for confirmada, será a maior feita neste setor e também a mais importante aquisição realizada pelo grupo, superando de longe a do LinkedIn, em 2016, por 26,2 bilhões de dólares. 

Ambições na nuvem

Ao absorver a Activision, a Microsoft se transformará no terceiro ator mais importante da indústria de games em termos de receita por vendas, atrás da companhia chinesa Tencent e da japonesa Sony. O grupo, que comercializa os consoles Xbox há 20 anos e possui numerosos estúdios de desenvolvimento, já era um peso pesado do mercado. Teve receitas mundiais em 2020 estimadas em US$ 173,7 bilhões.

As apostas da Microsoft estão principalmente nos jogos e na nuvem. A empresa anunciou hoje que seu serviço de pagamento mensal Xbox Game Pass, que permite acesso a uma enorme biblioteca de títulos de seu console, chegou a 25 milhões de usuários.

"O Xbox quer chegar aos 3 bilhões de 'gamers' no mundo", afirmou no Twitter Daniel Ahmad, analista de videogames da consultoria Niko Partners. "Eles chegarão lá graças a uma estratégia que busca desenvolver jogos em HD na nuvem e jogos multiplataforma para dispositivos móveis", opinou.

Processo de assédio sexual

Com sede na Califórnia, a Activision Blizzard foi atingida por protestos de funcionários, demissões e um processo que alega ter permitido condições de trabalho tóxicas e assédio sexual contra mulheres. Nos últimos sete meses, recebeu cerca de 700 relatórios de preocupações de funcionários sobre agressão, ou assédio, sexual, ou contra comportamento inapropriado, informou The Wall Street Journal.

Quase 20% dos 9.500 funcionários da Activision Blizzard assinaram uma petição pela renúncia de seu CEO, Bobby Kotick. No entanto, no comunicado desta terça-feira, a Microsoft afirmou que Kotick conservaria suas funções na liderança da empresa.

Espera-se que a compra seja concluída no ano contábil de 2023, que vai de julho de 2022 a junho de 2023. Em Wall Street, a ação da Activision subia 28%, a 83,52 dólares às 13h10min (horário de Brasília).

 


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