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Especial

Mudanças no Facebook podem favorecer "fake news", dizem especialistas

Foto: Karen Bleier / AFP / CP


Especialistas avaliam que a alteração feita pelo Facebook no algoritmo da rede social pode favorecer à disseminação de notícias falsas (as chamadas fake news). A mudança tem como objetivo privilegiar conteúdo de interação pessoal, em vez daquele produzido por empresas de notícias.

O coordenador do curso de ciência de dados da Future Law/IDP-São Paulo, Alexandre Zavaglia Coelho, afirma que, além das fake news, a alteração pode contribuir para "a criação de bolhas de pensamento, até a diminuição de canais de notícias, tão importantes para a diversidade de pensamento e para a democracia". "Considerando que boa parte da população já consome notícias pelas redes sociais, programar os algoritmos para privilegiar conteúdo de outros usuários e diminuir a propagação de conteúdo gerado pelo jornalismo profissional pode causar distorções com graves consequências sociais", destacou.

A advogada especializada em direito eleitoral, Karina Kufa, indica que o momento foi inoportuno para o teste da rede social. "Uma mudança no algoritmo da rede, além de impactar na publicação de fanpages, gera uma grande preocupação para as próximas eleições, já que fake news produzidas e compartilhadas pelos "amigos" terão maior alcance do que as notícias do jornalismo, trazendo uma enorme insegurança à lisura eleitoral", afirmou.

A advogada aponta que o trabalho da justiça eleitoral para minimizar os efeitos das fake news será agora muito maior. "E quem perde com isso?", questiona Kufa. "Os eleitores e a sociedade, que poderão ser influenciados negativamente e podem depositar seu voto em candidatos menos qualificados por ter obtido uma informação falsa nas redes sociais." Na última terça-feira, ao tomar posse como novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luiz Fux, destacou a ofensiva da Corte Eleitoral no combate às fakes news, tendo a imprensa como aliada.

Fux criticou a disseminação de notícias falsas e afirmou que uma uma campanha limpa se faz com a divulgação das virtudes de um candidato, e não com a difusão de atributos negativos pessoais que atingem irresponsavelmente uma candidatura. "Apesar disso (do combate às fake news), não se pretende tolher a liberdade de expressão e de informação legítima do leitor. A liberdade de expressão é pressuposto para qualquer regime que se intitule verdadeiramente democrático", declarou na ocasião.

Interação pessoal 

O Facebook, por seu lado, afirma que a alteração tem como objetivo privilegiar conteúdo de interação pessoal, em vez daquele produzido por empresas de notícias. "Estamos comprometidos em apoiar a construção de uma comunidade informada. Anunciamos no começo deste ano atualizações para priorizar no Feed de Notícias posts que geram conversas e interações significativas, e também notícias de qualidade, algo que nossa comunidade vinha nos pedindo. É importante lembrar que são muitos os sinais para determinar o que as pessoas veem no Feed de Notícias", diz a nota.

"Temos trabalhado continuamente para reduzir o alcance de posts desinformativos e notícias falsas, e ajudar as pessoas no consumo consciente de informações, dentro e fora do Facebook. Um exemplo são os Artigos Relacionados, um recurso que oferece perspectivas adicionais quando uma pessoa compartilha uma notícia no Facebook", conclui.