Observatório registra chuva de meteoros no Brasil

Observatório registra chuva de meteoros no Brasil

Fenômeno batizado de Pi Pupídeos terá seu pico em 15 de abril

Estadão Conteúdo

Fenômeno foi registrado pelo Observatório Espacial Heller & Jung, de Taquara

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Haverá duas chuvas de meteoros visíveis em abril deste ano: a Pi Pupídeos e a Eta Aquáridas, uma das maiores do ano. A chuva chamada de Pi Pupídeos atinge seu pico em 15 de abril de cada ano. Mas os meteoros podem ser vistos entre 7 e 28 de abril. Já a Eta Aquáridas virá entre 15 de abril e 28 de maio, mas o momento de maior intensidade costuma ser 5 de maio.

Na imagem divulgada pelo Observatório Espacial Heller & Jung, foi feita uma sobreposição de 146 meteoros registrados entre 29 de março e 11 de abril, tanto da chuva Pi Pupídeos quanto da Eta Aquáridas. Há também meteoros de cometas e asteroides não identificados. As datas dos registros representaram um aumento da queda de fragmentos pela proximidade das chuvas.

O professor Carlos Jung, do Observatório Espacial Heller & Jung, explica que, ao passar pelo Sistema Solar, os corpos celestes podem deixar fragmentos (meteoros), que passam a orbitar em volta do Sol.

Além dos restos de cometas e asteroides, existem fragmentos oriundos da formação do Sistema Solar ou mesmo de outras galáxias.

A Terra também tem seu próprio caminho em torno do astro e, quando cruza com os meteoros, sua gravidade os atrai. "O nome ‘chuva de meteoros’ é justamente o período em que mais fragmentos de determinado tipo e com características semelhantes entram em nossa atmosfera", explica Jung. "Assim, existem várias chuvas de meteoros durante o ano, porque vários corpos celestes deixaram fragmentos ao passar", conclui.

A chuva Pi Pupídeos se origina dos destroços deixados pelo cometa 26P/Grigg-Skjellerup em sua órbita ao redor do Sol. Apesar dessa chuva não produzir muitos meteoros, ela se destaca pelo brilho deles. Durante o pico do fenômeno, são esperados 40 meteoros por hora.

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Já a Eta Aquáridas resulta dos detritos deixados para trás pelo cometa 1P/Halley. Ainda mais brilhante do que a Pi Pupideas, a Eta Aquaridas é uma das maiores chuvas de meteoro do ano. Em 5 de maio, a previsão é de que haja 50 meteoros por hora, cada um com uma velocidade média de 66 km/s. A iluminação da Lua não irá atrapalhar a visualização da chuva.

Nas chuvas de meteoro, existe um ponto de origem aparente por onde ingressam mais meteoros, que depois se espalham por todo o céu. No caso da Pi Puídeos, o ponto de origem aparente é a constelação da Popa e, no da Eta Aquáridas, a constelação de Aquário.

Jung conta que, se forem intensas o suficiente no Hemisfério Sul, as chuvas serão visíveis de qualquer parte do Brasil. No Hemisfério Norte, o fenômeno tem menor visibilidade, sem tantas quedas. Para contemplar o fenômeno, não é preciso utilizar equipamentos. Mas o professor ressalta que o observador precisa ter paciência e procurar um local com a menor poluição luminosa possível.


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