Persepolis Escola Livre lança produções criadas por jovens da periferia na Pax Pop Up 4D
Evento, que acontece em 19 de agosto, conta com inovadora exposição fotográfica em realidade aumentada e projeção das fotografias criadas no projeto Artistas do Futuro
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A startup de educação e impacto socioambiental Persepolis Escola Livre prepara o lançamento de produções sustentáveis de arte e tecnologia criadas por jovens de escolas públicas periféricas durante o projeto Artistas do Futuro. O evento acontece no sábado, 19 de agosto, a partir das 18h, na Pax Pop Up 4D (Rua Almirante Tamandaré, 100), em Porto Alegre. Os ingressos cortesia podem ser retirados neste link, onde também podem ser realizadas contribuições espontâneas entre R$ 10 e R$ 20 para ajudar a iniciativa.
Neste dia, estarão à venda camisetas estampadas com fotos em serigrafia artesanal, foto-zine e óculos Cardboard com arte em spray produzidos pelos próprios artistas, além de uma exposição e um leilão de CPUs customizadas feitas em colaboração com o Jotapê Pax, o lançamento de um ponto de coleta de lixo eletrônico no local, como ação do Laboratório Quebrada Conserta, e ainda DJs da cena BallRoom.
O projeto Artistas do Futuro partiu de uma percepção de Miro Silva, artista-educador, trans, negro, nascido na comunidade da Bom Jesus, CEO da Persepolis Escola Livre, onde o projeto foi desenvolvido e tem seu laboratório de criação. Miro viu a necessidade de fomentar narrativas das periferias e busca colocar a visão de artistas periféricos no centro da produção artística, no centro de suas visões, no centro da cidade. A iniciativa traz a perspectiva do desenvolvimento de uma tecnologia periférica própria a partir de produções artísticas visuais, focadas na ancestralidade e na ecologia.
“Acreditamos que a arte deve ser também uma ferramenta política de resistência e transformação social, criando narrativas através do pertencimento ao território e nos apropriando desse lugar por direito, questionando muitas vezes quem produz a arte que a gente consome. A arte como marcadora de crítica e autonomia, pois somos a Arte para re-existir”, destaca o CEO.
Ao incentivar o protagonismo de jovens de periferia ao serem artistas pela arte fotográfica, serigráfica, escrita, visual, e com equipamentos recondicionados feitos de lixo eletrônico do Laboratório Quebrada Conserta, outra ação da startup, os Artistas do Futuro se tornam disruptivos em método, em olhar e em dicotomias sociais. Esses artistas são estudantes da rede pública de ensino, moradores do Complexo da Bom Jesus, na Zona Leste, e da Ocupação Vida Nova na Restinga, em Porto Alegre, ambos locais com altos índices de evasão escolar, de desemprego e de violência policial, especialmente com a juventude negra.
“A tecnologia deve ajudar a efetivar direitos, não retirá-los. Hoje, a realidade de muitos jovens daqui é um futuro não sonhado por ninguém. Um futuro tão distante que simplesmente não existe pra elus, diante de toda opressão que nós sofremos por todos os lados. Dispor de um lugar de acolhimento e fala para elus é conferir seu direito de re-existir. A arte, a cultura e a sabedoria originárias do nosso lugar são fogo para ebulir expressões mais diversas e comprometidas com um futuro mais positivo para nós da favela”, exalta Miro.
O projeto Artistas do Futuro, que foi contemplado por um financiamento a partir do FAC Visual da Secretaria de Cultura do Rio Grande do Sul, foi desenvolvido em três módulos contínuos e independentes, que trazem técnicas de artes, destacando fotografia e serigrafia, de revelação, de escritas e impressões, como zines, lambes, de desenvolvimento, de criação e de programação da realidade virtual (VR 360°), de construção de óculos Cardboard (VR), de colagem-exposição das fotografias em lambe em muros da Capital, de impressão artesanal de camisetas e papéis.
Além do edital da Sedac, o projeto também foi contemplado com edital de Eventos Descentralizados pela Secretaria de Cultura de Porto Alegre, para a realização da Mostra Leste em Cena 360° com outras produções, como a pintura pelos artistas em pixo e graffiti dos muros da Escola Estadual Antão de Farias, na Bom Jesus.
Outro projeto da Persepolis Escola Livre é o Quebrada Conserta, um laboratório tecnológico de reciclagem de lixo eletrônico para a economia criativa e formação de jovens da quebrada em desenvolvimentos de tecnologias disruptivas e livres para inclusão e combate digital. De modo itinerante, através da Kombucha, Kombi Tecnológica, a iniciativa busca trazer educação socioambiental às escolas públicas e promover coleta de computadores, tablets e celulares em pontos ecológicos da Região Metropolitana, com o objetivo de criar o primeiro computador recondicionado da periferia, para a sustentabilidade e geração de renda, tornando o digital acessível para todes.