Projeto estimula comunidades da Amazônia a desenvolver atividades econômicas através da tecnologia

Projeto estimula comunidades da Amazônia a desenvolver atividades econômicas através da tecnologia

Amazônia 4.0 começará uma cadeia produtiva nas regiões da floresta no Pará em parceria com povos locais

Vítor Figueiró

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A sustentabilidade e os cuidados com o meio ambiente também estiveram em pauta na Futurecom 2023, maior evento de inovação e tecnologia da América Latina, em São Paulo. Com o nome Amazônia 4.0, o projeto apresentado pela professora da Universidade de São Paulo (USP) e membro do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), Tereza Cristina Melo, quer estimular as comunidades locais a desenvolver atividades econômicas através da tecnologia e focado na produção de alimentos. "Se a floresta me fornece frutos, e esses frutos me dão dinheiro, então eu vou cuidar da floresta", explicou Tereza em painel nesta quarta-feira. 

Por meio de recursos de organismos filantrópicos internacionais, a iniciativa aposta em explorar a riqueza da biodiversidade da região para fornecer melhor qualidade de vida aos moradores. O foco é no desenvolvimento sustentável para gerar valor financeiro sem derrubar árvores ou promover destruição na floresta.

Para isso, foram criados os chamados Laboratórios Criativos da Amazônia (LCAs), laboratórios móveis nos quais cientistas e a população dos povos tradicionais e indígenas trabalham em parceria para criar produtos a partir do processamento de matérias-primas.

Foto: Divulgação

A Comunidade de Surucuá, com população ribeirinha, nas margens do Rio Tapajós, já conta com um laboratório desde o mês de setembro. Tereza, que participou de diversas ações com os moradores, avalia o começo como promissor.

Nesta localidade, a população está sendo ensinada a produzir chocolate a partir do cacau-cupuaçu. A aposta é que através do blockchain seja possível observar rastreabilidade no produto garantindo maior valor agregado. "Cacau hoje é vendido como commodity. Com a rastreabilidade, será possível comprovar que ele é da Amazônia e isso irá valorizar", explica. 

Outras três comunidades também do Pará devem receber os LCAs. De acordo com a professora, cada região contará com os laboratórios de três a quatro meses. Todo projeto Amazônia 4.0 se baseia nas premissas do lixo zero e da economia circular. O objetivo final para os próximos dois anos é a instalação de biofábricas depois do período de testes com os laboratórios.


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