RS tinha 688 mil casas que não utilizavam internet em 2019, diz IBGE
Acesso da rede pelo grupo de pessoas de 60 anos ou mais vem registrando crescimento desde o começo da pesquisa
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Os dados da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) sobre Tecnologia da Informação e Comunicação indicaram nesta quarta-feira que no quarto trimestre de 2019, no Rio Grande do Sul, cresceu a proporção dos domicílios em que há utilização de internet. No período, porém, 688 mil casas não utilizavam a rede no Estado.
Conforme o IBGE, a internet era acessada em 84,3% (3,7 milhões) dos domicílios gaúchos, um aumento de 4,3 pontos percentuais (p.p.) em relação a 2018. Na Região Metropolitana de Porto Alegre, o acesso chega a 89,9% dos lares.
A utilização da rede atinge mais de 90% das pessoas nos grupos de idade entre 14 e 49 anos, com a maior disseminação encontrada entre as pessoas de 20 a 24 anos (98,1%); já no grupo de 60 anos ou mais, o uso da rede no período de referência chega a 46,2% das pessoas.
O acesso desse grupo de pessoas mais velhas, no entanto, vem crescendo desde o início da pesquisa. A proporção, que era de 25,9% em 2016, passou a 32,4% em 2017 e a 39,3% em 2018. No que toca ao nível de instrução, a maior utilização da internet se encontra entre as pessoas com ensino superior incompleto (98,4%), mas está acima de 95% em todos os níveis a partir do ensino médio incompleto. O menor uso (58,6%) está entre as pessoas sem instrução e com ensino fundamental incompleto; nesse grupo, porém, a utilização aumentou 6,8 p.p. em relação a 2018 e 18,6 p.p. em relação a 2016.
Motivo para não utilização da internet
Segundo a pesquisa divulgada hoje, 85,9% das pessoas (1,7 milhão) que não utilizaram a internet no Estado apontaram duas motivações para não fazê-lo: não sabiam usar (47,3%) ou não tinham interesse em acessar a rede (38,6%). Outros 10,2% não utilizavam porque o serviço ou o equipamento eletrônico necessário era caro; 2,2% disseram que não havia serviço de internet disponível nos locais que costumam frequentar.
Equipamentos de acesso à Internet
Entre os equipamentos utilizados para o acesso à rede, o telefone celular é o mais difundido, alcançando a quase totalidade dos domicílios gaúchos: 99,4%, 0,5 p.p. a mais que em 2018. Embora seja ainda o segundo equipamento mais usado, o microcomputador vem perdendo popularidade: o percentual, que em 2016 era de 64,6%, passou a 56,1% em 2018 e a 53% em 2019.
O mesmo acontece com o tablet: era utilizado em 18,9% dos domicílios em 2016, reduzindo para 14,8% em 2018 e chegando a 12,6% em 2019. Já o acesso pela televisão mostra tendência oposta: subiu de 12,8% em 2016 para 27,4% em 2018 e atinge 38,9% em 2019. A pesquisa ainda indicou que 98,5% das pessoas de 10 anos ou mais que acessaram a internet nos três meses anteriores à entrevista utilizaram telefone celular; 34,4%, somente o celular, 54,3% usaram microcomputador, 11,9% usaram tablet e apenas microcomputador ou tablet, 0,8%. Outros 40,4% dos entrevistados usaram a televisão.
Conexão
A conexão por banda larga móvel (3G ou 4G) estava em 86,5% dos domicílios gaúchos em 2019, o que configura uma trajetória de crescimento em relação aos 84,1% observados em 2018. Com a banda larga fixa aconteceu o mesmo: entre 2018 e 2019, passou de 75,8% para 78,5%.
O percentual de domicílios em que havia os dois tipos de conexão subiu de 59,9% para 65,1%, enquanto o dos domicílios em que era utilizada somente a conexão por banda larga móvel passou de 23,5% para 21%. E naqueles em que havia somente o uso de conexão por banda larga fixa, de 15,4% para 12,9%.
Finalidade do acesso à Internet
Conforme o IBGE, 96% dos gaúchos utilizaram a internet em 2019 para enviar ou receber mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos diferentes do e-mail. Outras finalidades frequentes foram conversar por voz ou vídeo (89,3%) e assistir a vídeos, inclusive programas, séries e filmes (89,2%).
Ao passo que esses usos vêm aumentando a cada ano, diminui o percentual de pessoas que acessam a rede para enviar ou receber e-mail, chegando a 65,4% em 2019 no Rio Grande do Sul; na Região Metropolitana de Porto Alegre, a proporção é maior: 75,1% das pessoas usaram a internet com esse objetivo.