South Summit: empresas devem "preparar ambiente" de negócios para investir em startups

South Summit: empresas devem "preparar ambiente" de negócios para investir em startups

Painel analisa estratégias de gerenciamento e comunicação interna para o mercado de inovação

Bernardo Bercht

Executivos debatem ambiente ideal para investimento em startups

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Entrar no mercado de inovação não é apenas uma questão de ter o capital e do tamanho do investimento. Conforme mostrou o painel "Relacionamento e investimento em startups" da South Summit Brazil, nesta sexta-feira em Porto Alegre, as coporações precisam preparar seu ambiente de negócios e comunicação interna para firmar as parcerias com as empresas de inovação.

"O investimento é o último elo da cadeia. Primeiro precisa abrir as portas, conversar com as startups", analisou Mateus de Abreu, diretor de estratégias e negócios digitais da Randon Ventures. "A corporação tem uma mentalidade de controle e precisa ser ao contrário com a startup. Senão não há um bom relacionamento entre os agentes", relatou.

O gerente de capital para inovação da Gerdau, Mateus Berlt Jarros, reforça esta ideia. "A companhia estar aberta, pronta para diversificar, é um ponto importante", definiu. Ele salientou que as coporações também não podem ter medo de entrar em novos mercados e locais. "Quando vai propor um novo negócio ou investimento, sempre vem a pergunta: 'ah, mas nós não atuamos nessa área'", ponderou. "Precisa entender que a ideia é essa, de criar uma estratégia de negócios para experimentar mercados, negócios e países novos. É necessário alinhar internamente esta visão de diversificação", afirmou o executivo.

"Engajamento de toda a coporação, corpo executivo e gestão não é simples. Precisa de um ambiente acolhedor", acrescentou Mateus de Abreu. "O organismo, o sistema imunológico da corporação não é amigável para a startup, normalmente", enfatizou.

De acordo com Rosario Cannata, gerente-executivo da EDP Ventures, a preparação envolve, inclusive, a criação de equipes dedicadas a esses novos investimentos. "O corporate venture capital é o último elo na cadeia da inovação. As empresas precisam estar preparadas para investir em startups", reforçou. Na EDP, montamos uma equipe muito forte, que subiu de duas para 12 pessoas, em busca de preparar a empresa para a cultura da inovação", salientou.

Conforme o executivo, é necessária uma flexibilização na cadeia de comando. "É importante que as unidades de negócios estejam prontas para trabalhar assim. A tomada de decisão precisa ser rápida", sublinhou. "A grande empresa fecha uma parceria e daí demora seis meses para liberar uma ação com a parceira. Não funciona. O relacionamento com a startup precisa ser forte e essa cultura de inovação é a base."


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