Tribunal russo ordena bloqueio do aplicativo Telegram

Tribunal russo ordena bloqueio do aplicativo Telegram

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Foto: Alexander Nemenov / AFP / CP


Um tribunal de Moscou ordenou nesta sexta-feira o bloqueio do aplicativo de mensagens Telegram na Rússia, depois que a empresa se recusou a fornecer ao Serviço Federal de Segurança (FSB) acesso a conversas privadas. A agência de regulamentação Roskomnadzor, que iniciou o processo, solicitou a implementação imediata do bloqueio após o anúncio do veredicto. O russo Pavel Durov, o autoexilado fundador do Telegram, afirmou diversas vezes que rejeitará qualquer tentativa das forças de segurança do país de obter acesso ao aplicativo.

O aplicativo gratuito, que permite o envio de mensagens, fotos e vídeos em grupos de mais de 5 mil pessoas, conseguiu mais de 200 milhões de usuários desde sua criação em 2013. O Telegram é conhecido por oferecer um alto nível de confidencialidade e mantém uma disputa há vários meses com as autoridades russas, que exercem uma crescente pressão sobre a internet. O advogado do aplicativo, Pavel Chikov, criticou uma decisão que "demonstra mais uma vez que a justiça serve fielmente aos interesses do poder, sem a preocupação de manter as aparências".

O Telegram é especialmente popular entre os ativistas políticos de todo tipo, mas também é utilizado por jihadistas. Em setembro de 2017, o FSB pediu as chaves de criptografia do app, informou Durov, o que provocou uma queixa formal quando a solicitação foi rejeitada. Em 20 de março, a Roskomnadzor deu prazo de 15 dias ao Telegram para entregar os códigos de criptografia.

"As informações difundidas pelo Telegram podem conter dados utilizados por organizações terroristas e extremistas", afirmou na audiência um representante da Roskomnadzor, antes de destacar que isto constitui "uma ameaça para a Federação Russa". Durov escreveu no ano passado que os pedidos do FSB são "tecnicamente impossíveis de realizar" e violam a Constituição russa, que dá direito aos cidadãos à privacidade de sua correspondência.

 

Fonte: AFP

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