Vazamentos de dados reforçam importância da segurança da informação

Vazamentos de dados reforçam importância da segurança da informação

Punições previstas na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entram em vigor em agosto deste ano

Correio do Povo

Entre os casos está o megavazamento com mais de 100 milhões de números de celulares

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A segurança da informação está em evidência. Há poucas semanas, 223 milhões de brasileiros tiveram seus dados expostos em dois megavazamentos: o primeiro, incluiu números de CPFs, nome, sexo e data de nascimento, além de uma tabela com dados de veículos e uma lista com CNPJs; já o segundo, além dos CPF, continha informações sobre escolaridade, benefícios do INSS e programas sociais (como o Bolsa Família), renda, entre outras.

O site do Ministério da Saúde também foi alvo de cibercriminosos por duas vezes somente neste ano. Foram divulgados links que levam a imagens de documentos que estariam expostos pelas falhas de segurança no FormSUS, como carteiras de identidade e nomes de pacientes e funcionários.

Uma pesquisa realizada pela PwC, com mais de 3.200 executivos e profissionais de TI de 44 diferentes países - incluindo o Brasil - revela que 57% das empresas devem aumentar os investimentos em cibersegurança em 2021. 

LGPD reforça cenário 

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor desde agosto passado, foi criada justamente para impedir os crimes cibernéticos. Ela prevê punições de até R$ 50 milhões, que poderão ser aplicadas a partir de agosto de 2021.  Entretanto, a segurança da informação já existia muito antes da lei. “É um processo que já deveria estar implementado nas empresas de todos os portes. No setor financeiro, por exemplo, já é uma realidade, pois lidam com diversos dados sensíveis e passam por auditorias”, explica Henrique Schneider, CEO da Netfive.

O papel da segurança da informação em relação à LGPD, é justamente fazer a proteção de incidentes e ameaças. E aqui não falamos somente de vazamentos, mas também da destruição e acesso indevido dos dados pessoais. “É importante ressaltar que nem todo o incidente de segurança da informação é violação de dados pessoais, mas toda a violação de dados é um incidente de segurança da informação”, afirma o sócio e  Senior IT Security Specialist da Netfive, Vagner Christ.

A união do Jurídico com a TI

A adequação à LGPD se faz por meio de processos, que se preocupam com dados digitais e também com os físicos. Por se tratar de uma lei, é imprescindível o apoio do setor jurídico durante os procedimentos. “A LGPD amplia horizontes, pois saímos da questão do Direito e começamos a pensar em dados. Eles sempre existiram, porém, não havia um controle por parte das empresas”, explica o advogado Greg Baptista Schneider, da Verum.

Para o profissional, a Lei surge para regular o uso lícito e justo dos dados. “Por que as empresas têm determinados dados? Qual uso é feito deles? São tratados de maneira segura? Estas questões precisam ser respondidas com clareza pelas organizações”, aponta.


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