Lula diz que precisa governar e não tem tempo de "ficar brigando"

Lula diz que precisa governar e não tem tempo de "ficar brigando"

Em Porto Alegre, presidente faz discurso político, e alerta para necessidade de defesa da democracia em todo o mundo

Flavia Bemfica

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Foi uma manifestação política do início ao fim a fala do presidente Lula no auditório do Sesi, durante a apresentação dos investimentos do Novo PAC. Em vários e diferentes momentos, ele insistiu na necessidade de defesa da democracia, dentro e fora do Brasil, e alertou para sua avaliação de que a política foi “tomada pelo ódio”. Ao elencar governos que considera progressistas na América do Sul, além do Brasil, citou apenas Bolívia, Colômbia e Chile.

“A democracia corre risco no mundo. Temos obrigação de dizer isto para a nossa juventude, que muitas vezes é imediatista. Por isto, nossa responsabilidade aumentou. Hoje temos que brigar não é contra um presidente ou um governador. É contra um pensamento perverso, malvado”, assinalou. Lula disse ainda, após citações diretas e indiretas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua administração, que fez uma opção. “Quando você ganha eleições, não tem tempo de ficar brigando. Eu tenho que governar.”

O presidente fez também críticas ao uso indiscriminado da tecnologia, e a sua relação com o crescimento da desinformação e dos radicalismos. “Não queremos ser algoritmos, queremos pensar, amar. Eu não sou um número, não sou objeto, eu tenho sentimento. Por isto temos a obrigação de fazer este país dar certo.”

No discurso, o petista abordou ainda temas como o combate ao racismo, ao preconceito e às desigualdades, em suas diferentes formas. “Esses fanáticos, eles têm que perceber que, quando veem uma pessoa negra, é um ser humano, não importa se é preto ou branco. É um ser humano. E que não temos que ficar colocando em questão as opções das pessoas, as escolhas das pessoas sobre qualquer coisa. Como defender a democracia com a desigualdade de tudo que tem no mundo hoje? Este é o desafio do nosso governo.”

O presidente citou rapidamente a queda em sua popularidade e as altas nos preços dos alimentos. Mas não abordou a crise desencadeada em função da discussão sobre o pagamento de dividendos extraordinários da Petrobras. E não fez qualquer referência ao assunto que ganhou as manchetes do dia: o fato de o ministro Alexandre de Moraes, do STF, ter retirado o sigilo dos depoimentos dos investigados por tentativa de golpe, entre eles os de Bolsonaro e os de ex-comandantes militares.

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