Marlei Willers eterniza Morro Reuter na história da Maratona Internacional de Porto Alegre

Marlei Willers eterniza Morro Reuter na história da Maratona Internacional de Porto Alegre

Atleta vencedora da prova da Capital é natural do Paraná, mas adotou a cidade do Interior há três décadas

Victória Rodrigues

Atleta começou a treinar de forma profissional há pouco mais de cinco anos e já tem vários títulos importantes

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Na carteira de identidade de Marlei Willers, o local de nascimento indicado é Planalto, no Paraná. No entanto, basta conversar com a nova campeã da Maratona Internacional de Porto Alegre para perceber que o sentimento é outro. “Por mais que eu tenha um carinho enorme pelo estado do Paraná, eu me considero uma gaúcha”, diz ela, que mora em Morro Reuter há 30 anos e começou no meio do atletismo de maneira despretensiosa há pouco mais de cinco anos, quando tinha 39, apenas para praticar alguma atividade física e conhecer pessoas novas.

Sentir o carinho do público no domingo foi um incentivo a mais para Marlei se manter na liderança na corrida a partir do quilômetro 32, quando ultrapassou a queniana Vivian Kiplagati. “Foi uma prova de muita emoção. Além de estar preparada fisicamente, foi um dia de controlar o coração também para me manter focada na prova”, explica.

Marlei não era a favorita. Aliás, em dado momento, a vitória da queniana era dada quase como certa, tamanha sua vantagem para vencer os 42 quilômetros pelas ruas da Capital. Mas quando a brasileira passou, ninguém mais segurou ela. Com a sua carreira não foi muito diferente. Com o tempo, a atleta foi se destacando nas meias maratonas. Foram 14 ao todo, 13 delas em Porto Alegre. Em 2019, ela foi campeã na Capital e no ano seguinte vice. Quando bateu a marca de 1h20min Marlei viu que estava pronta para se aventurar nos 42km.

A campeã conta que os últimos 70 dias de treinos foram bem intensos. A atleta passou a correr em torno de 150km por semana, algo que foi fortalecendo sua confiança a cada dia. “Eu estava bastante preparada porque sabia que o desafio era grande e eu queria dar esse presente para o pessoal do Rio Grande do Sul”, se orgulha.

Um dia após a vitória, Marlei ainda assimila tudo que está acontecendo. O reconhecimento agora atingiu o âmbito nacional, o que trouxe uma revolução para a vida da atleta que já iniciou no mundo das maratonas com resultados bem significativos. “Há 15 anos que uma gaúcha não subia no pódio, quase 30 anos que uma gaúcha não batia o recorde, então foram várias coisas acontecendo em apenas um domingo”, celebra Marlei.

Sobre os planos para o segundo semestre do ano, Marlei ainda pretende correr as Maratonas de Curitiba e de Blumenau, além da São Silvestre em São Paulo. A atleta ainda tem como propósito aproveitar as oportunidades que a Maratona de Porto Alegre acarretou para ela. “Eu quero aproveitar essa visibilidade e levar essa imagem do esporte, porque a gente acaba sendo referência para muita gente”, completa.

 

* Sob supervisão de Carlos Corrêa
 


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