Nissan Sentra evolui na forma e performance

Nissan Sentra evolui na forma e performance

Design acerta em todos os ângulos e novo modelo entrega qualidade e performance para preocupar rivais como o Corolla

Renato Rossi

Sedan capricha no que a indústria chama de “stante”, é a “pose” e status, com rodas grandes e visual agressivo.

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O Nissan Sentra de primeira geração passou pelo Brasil desapercebido em 2019. Era sedan de design conservador. Ao estilo “tiozão” do Toyota Corolla, rival do Sentra pelo mundo. Com o novo Sentra produzido no México, tudo muda. O Corolla já pode se preocupar, porque o novo Nissan é superior . O design posiciona o Sentra como um dos sedans mais bonitos do mundo. A Nissan não errou em nenhum ângulo nem forçou a barra.
 
O Sentra parado agrada e atrai, pela naturalidade das linhas. Que começam muito baixas na frente afilada, aerodinâmica. Prossegue com a eficiência do vento até a traseira, que é harmoniosa, mas formal. É um caso em que o design é fortíssimo argumento de vendas. Mas não basta. O que vem a seguir é a forma acompanhada da performance diferenciada do Sentra. 

A qualidade do novo Sentra começa pela nova plataforma global CMF-c/D, que também equipa os modelos médios da Nissan e Renault no mundo. O novo chassis gera um nível de rigidez torsional 41% superior em relação ao Versa. Em dimensões, são 4.646 mm no comprimento, ou 10 mm a mais em relação ao modelo anterior. O entre-eixos passou a 2.707mm, o que amplia muito o conforto dos ocupantes do banco traseiro. Equipado com rodas aro 17 e pneus mais largos, o Sentra esta mais “assentado” ao solo e tem “stance”. O termo dos bastidores das indústria significa pose e status.

O novo Sentra diferencia seu proprietário. O sedan a utiliza a nova geração do motor MR20, com quatro cilindros e injeção direta de combustível no cabeçote, com variador de fase na admissão e escape que atua em diversas faixas de rotação. Como motoristas brasileiros em geral não prestam atenção a detalhamento técnico, convém sintetizar e afirmar que o motor aspirado 2.0 movido unicamente a gasolina é simplesmente um ótimo motor. Distribui o forte torque de 20 kgfm pelo cambio CVT, que simula oito marchas. 

A condução na cidade é prazerosa e fácil, com torque a disposição das baixas as altas rotações. Na estrada, o motor não se entrega nas altas rotações e tem-se nas mãos um carro veloz, com impecável estabilidade direcional, graças ao uso de sofisticada suspensão multilink na traseira. Há modos de condução, Eco, Normal e Sport, que mudam parâmetros de injeção de combustível e cambio. 

No teste, em 90% do tempo foi utilizado o modo Normal, que suaviza a performance e economiza gasolina. É preciso salientar que o motor aspirado em nada fica devendo a turbos de pouca eficiência que circulam pelo Brasil. Não foi realizada medição de consumo, mas a Nissan informa que o Sentra faz 10,3 km/l na cidade e 15,1 km/l na estrada. 

No habitáculo, há capricho no uso de materiais “sensíveis ao toque”. São poucas as regiões de plástico duro, resumidas à base do parabrisas. Os bancos resultam da tecnologia Gravity Zero, ergonomia superior nascida nos laboratórios da Nasa, a Agência Espacial Norte-Americana. 

O Sentra tem poucos senões, mas o proprietário deve ter cuidado com entradas e saídas de garagens e lombadas, devido à frente baixa do modelo, que pode bater no solo e quebrar componentes mecânicos. A tela do sistema de infoentretenimento podia ter imagens mais brilhantes e nítidas. Mas são coisas mínimas diante da notável qualidade do produto. 

Renault faz apresentação elétrica

A Renault fez uma apresentação “elétrica” na feira Agrishow, esta semana em Ribeirão Preto (SP). A eletrificação do automóvel não é novidade para a montadora, que foi pioneira ao apresentar em 2011 no Salão de Frankfurt uma completa linha elétrica que teve impacto muito grande sobre a imprensa e o publico europeu. 

Na época, foram apresentados Fluence, Kangoo, Twizzy e Zoe. Mas a Renault não deu continuidade a seu “impulso elétrico” inicial. O espaço vago foi tomado pela Tesla e principalmente pelos Chineses. Agora, a Renault junto à Nissan volta ao caminho da “tomada”, cheio de promessas de um futuro a carbono zero. Por essa expectativa, os franceses levaram sua linha elétrica ao Agrishow. A Renault sabe e que o novo “homem do campo” estudou genética animal nos Estados Unidos, cursou Direito em Harward, tem uma empresa como negócio. Mas na Agrishow foi corajosa exceção com seus elétricos, diante da concorrência que mostrou principalmente picapes. Deve chegar no segundo semestre o Megane E-Tech. Um acerto na forma e conteúdo, e primeiro lugar em vendas no mercado da França, utiliza plataforma concebida para ser 100% elétrica, produzida em conjunto com a Nissan. 

É o primeiro representante de uma nova linguagem de design chamada “Sensual Tech”. Equipado com motor elétrico de 220 hps e 30.6 kgfm de torque, com quatro níveis de frenagem regenerativa, E-Tech busca o prazer de condução, indicam os franceses. Outra novidade, o Kangoo elétrico será lançado no segundo semestre. Com capacidade de carga de 800 quilos e eficiente propulsor de 120 hps e autonomia de mais de 300 quilômetros, o Kangoo tem como foco maximizar rendimento de emresas que operam com cargas urbanas. O Renault Kwid elétrico também estava no Agrishow, com versatilidade no uso e praticidade, já que pode ser recarregado em tomada caseira.


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