Deputados criticam recursos para Ponte do Guaíba
Parlamentares querem que investimentos sejam aplicados na duplicação da BR 116
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Após a reunião, ficou acordado entre os parlamentares, prefeitos e vereadores da região, que o próximo passo é agendar uma audiência com o chefe da Casa Civil e com os Ministérios do Planejamento e dos Transportes, na tentativa de remanejar parte dos recursos que haviam sido anunciados para a obra da Ponte do Guaíba e aplicá-los na duplicação da BR 116. Os parlamentares questionam qual o motivo para priorizar a Ponte e não a duplicação da rodovia federal.
De acordo com o superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Hiratan Pinheiro da Silva, há previsão de R$ 59 milhões para a BR 116 e R$ 12 milhões para o contorno de Pelotas, ainda este ano. “Para 2018 está previsto R$ 45 milhões para a BR 116 e R$ 13 milhões para o contorno. A única coisa que ainda não está contabilizada para 2018 é a emenda impositiva de mais de R$ 80 milhões, que ainda não está prevista no orçamento do Executivo”, explicou.
BR 116 precisa de mais dois anos para conclusão
Segundo ele, aproximadamente 60% da BR 116, do empreendimento como um todo, já estão concluídos e faltam cerca de R$ 660 milhões para a conclusão da duplicação, incluindo a finalização do contorno de Pelotas. “Precisamos de no mínimo dois anos para concluir a rodovia e mais um ano e meio para a conclusão plena do contorno de Pelotas”, detalhou o superintendente do Dnit no RS.
Para o deputado estadual Zé Nunes (PT), a sensibilização da bancada gaúcha para a emenda de R$ 81 milhões é considerada uma vitória para a Frente Parlamentar. “A duplicação da 116 é uma prioridade, em função de uma questão óbvia, nós temos hoje 300 quilômetros completamente congestionados e está sendo priorizada uma ponte, que é importante, em detrimento de 300 quilômetros inteiros”, afirmou. Segundo ele, viajar de Porto Alegre a Pelotas, em determinados horários, chega a demorar mais de 5h. “O nosso transporte de cargas também está sendo prejudicado. Um dos motivos da diminuição de cargas que chegam ao Porto de Rio Grande é a BR 116”, disse.
Ainda conforme Zé Nunes (PT), as Frentes Parlamentares devem continuar pressionando o governo federal e também pretendem buscar explicações sobre a priorização da Ponte do Guaíba.“Desde que parou a obra, houve uma mobilização que nos levou a organizar as frentes parlamentares, tanto no Estado, quanto a nível nacional”, explicou Hamm (PP-RS).
Segundo ele, estão sendo realizadas mobilizações organizadas que trabalham na programação orçamentária e financeira da obra. “O que nos surpreende é que mostramos, muitas vezes, que a obra de prioridade do Rio Grande do Sul é a conclusão desta BR, por quê? Somente neste ano, tivemos mais de 40 mortes. Nós precisamos garantir recursos”, ressaltou.
Ainda conforme Hamm, o anúncio do governo surpreendeu os parlamentares. “Priorizam a segunda ponte, que inexiste e que na verdade é importante estruturalmente, mas é uma questão de priorização dentro da escassez de recursos. Mesmo depois de tanta mobilização, o governo coloca no orçamento de 2018 apenas 10% da necessidade. Se sempre for assim, vamos levar 10 anos para concluir as obras. Na nossa opinião o governo federal está equivocado. Ou o Rio Grande do Sul não tem vez e voz? Essa é a pergunta”, destacou.