Mais de 40 países vacinam crianças sem efeitos adversos, diz diretor de Vigilância em Saúde

Mais de 40 países vacinam crianças sem efeitos adversos, diz diretor de Vigilância em Saúde

Fernando Ritter aponta que a vacinação infantil contra a Covid-19 tem tido resultados extremamente positivos em diversos lugares

Felipe Samuel

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O diretor da Vigilância em Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter, alerta para a importância da vacinação das crianças e relata os exemplos bem-sucedidos da campanha em países como EUA, Canadá, Inglaterra, França, Alemanha, entre outros. "São mais de 40 países no mundo que estão aplicando a vacina nas crianças sem ter nenhum efeito adverso grave. Estou falando de mais de 10 milhões de crianças e os resultados são extremamente positivos", ressalta.

A Capital recebeu 6.480 doses D1 da vacina pediátrica contra a Covid-19 para aplicar a partir desta quarta-feira em crianças com 10 e 11 anos com comorbidades e com deficiência permanente, além de crianças indígenas e quilombolas de 5 a 11 ano. "A vacinação de crianças é fundamental para a gente poder imunizar o maior número de pessoas e deixar cada vez mais fraco esse vírus e a capacidade dele causar um problema mais grave", recomenda.

Observação

Ao destacar que a vacinação das crianças ocorre exatamente um ano após o começo da campanha no país, com idosos acima de 90 anos, diz que o objetivo é vacinar o maior número de pessoas e observar o comportamento dos pais em relação à vacinação. "A vacinação para criança é um pouco diferente, porque já por natureza as crianças têm medo da agulha, é mais demorado. Então o ritmo de vacinação vai ser um pouco mais lento", observa. "Quero reforçar aos pais que fiquem tranquilos, a gente acredita muito na vacina", completa.

Ritter critica o tempo perdido com as discussões em torno da consulta pública promovida pelo governo federal. Ele argumenta que a vacina pediátrica já havia sido aprovada em dezembro, o que permitiria a largada da campanha no início de janeiro. "A gente poderia estar vacinando crianças de 8 a 9 anos. E dia 21 de fevereiro, quando começam as atividades escolares, a gente talvez não tenha todo público vacinado. A gente vai correr contra o tempo e principalmente esperar doses", afirma.

Tecnologia

O especialista explica que a tecnologia da vacina, que é o RNA mensageiro (mRNA), é utilizada em algumas das 40 vacinas do calendário das crianças. "Não precisa ter receio com relação a isso. Pode tomar vacina sem problema nenhum", frisa. Apesar da alta taxa de contaminação por Covid-19 no Estado, ele ressalta o número baixo de pessoas internadas. "Isso é só por causa da vacina", frisa. Em Porto Alegre, conforme a Diretoria de Vigilância em Saúde (DVS), 120 mil crianças de 5 a 11 anos podem tomar a vacina.

Conforme nota técnica da DVS, crianças que completarem 12 anos de idade entre a primeira e a segunda dose devem completar o esquema com a vacina pediátrica da Pfizer/BioNTech (Comirnaty). A vacina contra covid-19 não deve ser administrada concomitantemente às vacinas do calendário infantil. Por precaução, é recomendado um intervalo de 15 dias.


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