Prefeitura lança edital para adoção de parte do muro da Mauá, em Porto Alegre

Prefeitura lança edital para adoção de parte do muro da Mauá, em Porto Alegre

Qualquer cidadão, empresa ou organização da sociedade civil pode apresentar o projeto até 31 de maio

Felipe Samuel

Objetivo da adoção é transformar a estrutura em obra de arte, com grafite e ajardinamento

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Com a promessa de elaboração de um projeto paisagístico para uma parte do muro da Mauá, a Prefeitura de Porto Alegre lançou, nesta segunda-feira, o edital de adoção de um trecho de 750 metros, que vai do pórtico central do Cais Mauá à rua General Portinho. 

O objetivo da adoção, que será por um período de dois anos renovável por mais dois, é transformar a estrutura em obra de arte, com grafite e ajardinamento, no lugar das pichações e sujeira que hoje tomam conta do muro. Qualquer cidadão, empresa ou organização da sociedade civil pode apresentar o projeto na prefeitura até 31 de maio. Uma comissão da prefeitura vai escolher o vencedor.

Ao lembrar que defendeu a retirada do muro à época em que era vereador e, depois, como vice-prefeito, o prefeito Sebastião Melo reiterou sua posição sobre o tema durante solenidade em frente ao pórtico central do Cais Mauá. Enquanto o governo gaúcho ainda avalia qual melhor decisão para a área, a prefeitura pretende revitalizar o muro até o aniversário de 250 anos da Capital, comemorado em 26 de março de 2022. "Todo e qualquer projeto não pode ser imposição, tem que ser construção. É isso que vamos defender: nem vamos derrubar o muro na marra nem o governador Eduardo Leite", afirma.

Melo reforçou a necessidade de um debate sobre a retirada do muro, mas alerta que esse é um tema que precisa ser compartilhado e decidido em conjunto com o governo estadual "A derrubada (do muro) é um tema compartilhado, a questão urbanística está dentro da cidade, então toda questão urbanística diz respeito à cidade, mas essa é uma área federal delegada ao governo do estado, cujo governo tem domínio disso para fazer a sua operação", observa.

Foto: Ricardo Giusti 

O secretário de Planejamento e Assuntos Estratégicos, Cezar Schirmer, defendeu a retirada de toda estrutura com uma analogia à queda do muro de Berlim. "O bom é tirar essa feiúra (em referência às pichações) que está na nossa frente, arrumá-lo, embelezá-lo, dar condições de visibilidade. Agora o ótimo é tirar esse muro, com todo respeito com os que pensam diferente. Mas a minha convicção pessoal, e tenho conversado com engenheiros e arquitetos sobre o muro, e a convicção das pessoas com quem eu converso, é que este muro talvez no passado tenha cumprido uma tarefa. Agora, não", afirma.

De acordo com a secretária municipal de Parcerias, Ana Pellini o objetivo é "embelezar o paredão". "É muito difícil tomar uma decisão e implantar a derrubada ou diminuição do muro. Então nesse tempo, por que temos que conviver com um muro sujo, degradado desse jeito? Por que não pode ser bonito, pelo menos até nos despedirmos dele em grande estilo quando isso ocorrer", destaca. Pellini ressalta que a última intervenção ocorreu por um grupo de artistas. "Com o passar do tempo, foi se desgastando e não houve a necessária manutenção, então ficou feio. Naquela época ficou muito lindo", salienta. 


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