Trump pede ao procurador-geral fim da investigação sobre interferência russa nas eleições
Apuração busca verificar se houve trama entre funcionários russos e o comitê de campanha do presidente
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A investigação busca determinar o alcance da ingerência russa na eleição de 2016 e se houve algum tipo de trama entre funcionários russos e o comitê de campanha do presidente americano. Em uma sequência de mensagens, Trump atacou Sessions, Mueller e os agentes que participam da investigação. Ele também criticou o processo judicial contra o advogado Paul Manafort, que dirigiu a campanha eleitoral republicana por um breve período e agora é acusado de fraude fiscal e bancária. "A trama da Rússia com a minha campanha, uma das mais bem-sucedidas da história, é uma farsa total", ressaltou Trump.
Sessions sobre pressão
O presidente norte amerciano ainda alegou que o informe que supostamente estabelece a relação entre ele e a Rússia foi pago pelo Partido Democrata e foi usado para começar a "falsa investigação". O próprio Sessions se isentou de conduzir a apuração porque também teve contatos não autorizados com funcionários russos depois das eleições e antes de sua integração no governo.
Essa recusa de Sessions irritou Trump e também motivou a nomeação de Mueller como procurador especial responsável pelo caso. Em suas mensagens, nesta quarta, Trump lembrou o caso de um agente da Polícia Federal americana (FBI), que também é membro da equipe de investigadores. Ele havia enviado uma mensagem para a namorada de Trump, afirmando que impediriam a vitória dele nas eleições à presidência.
Para a Casa Branca, o caso desse agente confirma que a investigação de Mueller também não passa de uma "caça às bruxas". Na segunda-feira, pelo Twitter, o presidente sugeriu que Mueller devia se retirar da investigação por causa do "conflito de interesses".
Agentes furiosos
Trump alega ainda que a equipe de investigação está repleta de agentes do FBI "furiosos" com a derrota da então candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton.
Hoje, o presidente reafirmou que Mueller tem "um enorme conflito e os 17 furiosos democratas que estão fazendo seu trabalho sujo são uma vergonha para os Estados Unidos". A suspeita de ingerência russa na eleição resvalou na agenda da cúpula Trump-Putin há três semanas. Putin - disse Trump - garantiu "que não é a Rússia"
Mais tarde, o presidente recuou e afirmou que o que ele quis de fato dizer é que não havia razão para que não fosse a Rússia a responsável pela ingerência. As declarações de Trump surgem um dia depois de o advogado Paul Manafort ter sido denunciado formalmente nos tribunais por fraude bancária e fiscal. Manafort é acusado de omitir uma renda milionária, fruto de seu trabalho como representante em Washington, dos interesses do governo pró-russo da Ucrânia.
De acordo com Trump, Manafort já havia atuado com poderosos dirigentes do Partido Republicano, como o ex-presidente Ronald Reagan e o ex-pré-candidato Bob Dole. "Trabalhou para mim por pouco tempo. Por que ninguém do governo me disse que ele estava sob investigação? Essas acusações não têm nada a ver com a trama. Isso tudo é uma mentira", garantiu o presidente.