Desaceleração das importações de fertilizantes russos preocupam produtores

Desaceleração das importações de fertilizantes russos preocupam produtores

Estima-se que o fluxo de embarcações russas tenha caído a 25%

Patrícia Feiten

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Apesar das sanções econômicas impostas à Rússia e das dificuldades para o escoamento de produtos, o país mantém o envio de fertilizantes para o Brasil. De acordo com levantamento feito pela consultoria Agrinvest, pelo menos 11 navios transportando insumos deixaram portos como os de São Petersburgo e Murmansk desde o dia 24 de fevereiro, quando teve início a guerra com a Ucrânia, até o dia 15 de abril, sendo a maioria com cargas de cloreto de potássio.

Segundo o analista da Agrinvest Jeferson Souza, os registros no chamado line-up – programação de chegada e partida de navios – nos portos brasileiros indicam que o fluxo de navios russos não foi interrompido, porém está menor. “A maioria deles já chegou ao Brasil e está esperando para descarregar nos portos”, diz. A última das embarcações, transportando 36 mil toneladas de fertilizantes, partiu da Rússia em 4 de abril, afirma Souza.

Com base no line-up, o analista de mercado Marcelo Mello, da consultoria StoneX, estima que o fluxo de embarcações russas tenha caído a 25% das operações pré-guerra. Como os navios que partem da Rússia podem levar de 25 a mais de 50 dias para chegar ao Brasil, observa Mello, a diminuição dos embarques traz preocupações para o plantio da próxima safra de verão no país, que envolve um grande consumo de fertilizantes. “O produto precisa chegar aqui, no máximo, até julho”, diz Mello. 


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