As chuvas que foram intensas em várias cidades da região Sul, durante praticamente toda a quinta-feira, começam a gerar reflexos. Alguns municípios suspenderam atividades nesta sexta-feira. Um dos casos foi Canguçu, onde a precipitação passou dos 96,8 mm. No interior do município há várias pontes submersas e estradas bloqueadas. Com isto, a Secretaria Municipal de Educação suspendeu as aulas em todas as escolas da zona rural da rede municipal de ensino.
Em Pelotas, choveu 106,8 mm, conforme a Defesa Civil regional, até as 22h. A cidade registra diversos pontos de alagamento e vias obstruídas, principalmente nos bairros Fragata, Sítio Floresta, Navegantes, Pontal da Barra, Balneário dos Prazeres, Obelisco e Dunas. A Casa de Passagem atende 60 pessoas em situação de rua e seus animais de estimação. Há pelo menos 12 famílias desalojadas e uma desabrigada, sendo atendida na Casa de Passagem. A Ponte da Michaela na Cascata está interditada.
Em Capão do Leão, a chuva chegou a 105,4 mm, o que também causou alagamentos, principalmente no Parque Fragata. A Universidade Federal de Pelotas suspendeu as atividades nesta sexta-feira. O Ordenador da Defesa Civil de Rio Grande, Rudimar Machado diz que a precipitação das últimas 24 horas na cidade já passou do que era previsto para mês inteiro. “Só hoje foram 115 mm. Acredito que o que choveu vale por três meses. Estamos com praticamente toda a cidade alagada, inclusive a sede da Defesa Civil, no Centro”, relata. Ele conta que as bombas estão represando a água devido a velocidade dos ventos, que em alguns momentos foram de 100 km/h.
“Tivemos pessoas que não quiseram ir para o abrigo que temos montado. Mais de 10 famílias foram para a casa de parentes e temos um morador de rua no Centro de Atendimento”, relata. Mais de 25 famílias solicitaram lonas para a Defesa Civil.
Em Pinheiro Machado foram quase 200 mm em 24 horas, o que causou diversos alagamentos. Na zona rural há pontes submersas e estradas interrompidas. “Toda a zona rural foi muito atingida pelas fortes chuvas”, destaca o prefeito Ronaldo Madruga. Uma família, moradora da Vila Umbu precisou deixar sua casa por causa da chuva que inundou o local. “Outras famílias no bairro Prómorar tiveram suas casas alagadas, mas decidiram permanecer”, comenta. Na manhã desta sexta-feira, o prefeito irá se reunir com secretários municipais para decidir como permanecer em alerta devido a previsão de mais chuva para os próximos dias. “Há pontes submersas, a nossa prioridade no momento é evitar novas enchentes e amenizar a situação da trafegabilidade. Outras situações também serão mapeadas, mas as atitudes para solucioná-las serão tomadas posteriormente”, finaliza.
Angélica Silveira