Quatro dias após o incêndio em um centro terapêutico de Carazinho, apenas duas vítimas tiveram os corpos identificados e puderam ser sepultadas. Uma delas foi reconhecida ainda no hospital, quando chegou a ser internada com vida, e a outra foi identificada pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) por meio da arcada dentária. De acordo com o IGP, o estado dos outros nove corpos incendiados impossibilitaram uma primeira tentativa de reconhecimento.
Os materiais genéticos de todos foram coletados e levados para o Departamento de Perícias Laboratoriais, em Porto Alegre. No laboratório, as amostras serão processadas e inseridas no Banco de Perfis Genéticos (BPG/IGP). Da mesma forma, os materiais cedidoss pelas famílias serão colocadoss no Banco, em busca do "match", ou seja, que o sistema aponte a coincidência genética. Depois que as amostras são coletadas, o processo pode levar até 30 dias, apontou o IGP.
Somente após essa identificação o corpo pode ser liberado para os procedimentos fúnebres. Por enquanto, elas estão em gavetas individuais e numeradas no cemitério de Carazinho, sob custódia do Estado.
Laudo da perícia do local deve ficar pronto em menos de 30 dias
O trabalho de perícia no Centro de Reabilitação de Dependentes Químicos (Cetrat), local que pegou fogo na noite de 23 de junho, é considerado "complexo" pelo perito criminal Catiano Plaquitken, que trabalhou por quase três horas no destroços do incêndio. “É uma perícia complexa, porque envolve muitos fenômenos físicos. A destruição também dificulta a coleta de vestígios”, afirmou ao site do IGP. O caso está sendo tratado como prioridade, e o laudo deve ficar pronto em menos de 30 dias.
A tragédia mobilizou vários departamentos do IGP para apontar as causas do incêndio e identificar os mortos. Foram 23 horas de trabalho e nove servidores mobilizados. Depois da perícia no local, o trabalho continua com a observação das mais de 170 fotos tiradas no Cetrat. O perito responsável também deve ter acesso aos depoimentos dos sobreviventes.
Correio do Povo