Índice de confiança dos empresários é a menor desde fevereiro, aponta FGV
Incerteza sobre a política econômica que será adotada é uma das causas
publicidade
O ICE (Índice de Confiança Empresarial) caiu 6,7 pontos em novembro, para 91,5 pontos e figura no menor nível desde fevereiro deste ano (91,1 pontos), segundo dados divulgados nesta quarta-feira (30) pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
Aloisio Campelo Jr., superintendente de estatísticas do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), avalia que a forte queda do otimismo está relacionada à percepção de desaceleração do nível de atividade corrente e da perspectiva de continuidade desta tendência nos próximos meses.
"No comércio e na indústria, a queda da confiança parece mais relacionada à desaceleração em curso, com preocupações com relação ao nível da demanda, sob impacto da política monetária mais restritiva e da limitação imposta pelo nível elevado de endividamento das famílias. Nos serviços e na construção, são as expectativas que mais influenciaram na queda dos índices no mês", destaca ele.
No mês, a queda da confiança empresarial foi motivada pela piora das percepções sobre a situação presente e das expectativas para os próximos meses, com aumento do pessimismo também acentuado em alguns segmentos por dúvidas com relação à política econômica a ser implementada a partir de janeiro de 2023.
O ISA-E (Índice de Situação Atual Empresarial) recuou 4,1 pontos, para 95,2 pontos, e o IE-E (Índice de Expectativas), 8 pontos, para 87,9 pontos. Com o resultado, o ISA-E acumula perda de quase 7 pontos no mesmo período e registra o menor nível desde março de 2022 (92,1 pts.). O IE-E alcança o menor nível desde março de 2021 (85,2 pts.) e acumula perda superior a 12 pontos em dois meses.
Em novembro, a confiança empresarial subiu em 16% dos 49 segmentos integrantes do indicador, uma disseminação inferior à observada no mês anterior. A queda mais acentuada no mês,de quase 11 pontos, partiu do comércio.
