Anfavea diz que bancos estão restritivos para liberar dinheiro e cobra governo

Anfavea diz que bancos estão restritivos para liberar dinheiro e cobra governo

Executivo da Associação acredita que produção de veículos estará próxima de zero em abril

AE

Associação afirmou que manutenção do quadro de funcionários vai depender da retomada do setor de veículos

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Afetadas pelas paralisações que ocorreram por causa da crise do novo coronavírus, as montadoras enfrentam dificuldades para conseguir financiamento junto aos bancos para ter capital de giro, afirmou nesta segunda-feira o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, em entrevista ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) por telefone.

"Os bancos estão muito restritivos, não liberam dinheiro, estão sentados em cima da liquidez e, quando liberam, liberam com taxas absurdas", disse o executivo. "Conversamos com o ministro Paulo Guedes (Economia) e ele confirma que o dinheiro não está chegando à ponta. Estamos sofrendo muito. Os bancos, que deveriam estar provisionando, estão asfixiando", afirmou.

Para Moraes, a prioridade no combate à crise tem de ser a garantia da liquidez no sistema financeiro. "É preciso agilidade do governo federal, do Banco Central e do Congresso, para que medidas sejam tomadas, pois não é um problema só do setor automotivo e não pode ser subestimado", afirmou o executivo, que reconhece que o risco para os bancos aumentou, mas que as autoridades precisam agir para que se chegue a um custo "aceitável".

O presidente da Anfavea disse que a cadeia do setor conta com 500 fornecedores e cerca de 7 mil concessionárias, além das próprias montadoras, com aproximadamente 1 milhão de pessoas envolvidas. "Precisamos de capital de giro para pagar fornecedores, ajudar a rede de concessionários e financiar os próprios bancos das montadoras, para poder fazer girar", disse.

Segundo Moraes, é muito provável que a produção de veículos fique próxima de zero em abril, uma vez que todas as fabricantes já pararam suas linhas. Só não há garantia de que o volume será zero porque as interrupções das fábricas não ocorrem de um dia para outro, mas, sim, de forma gradual. O executivo, que espera uma queda substancial para o segundo trimestre, não tem uma projeção para o período, em razão do alto grau de incerteza.

A média diária de vendas, ele disse, começou o mês de abril no mesmo ritmo da última semana de março, que apresentou queda de 86,5% em relação à primeira semana de março. O mercado tem registrado cerca de 1,3 mil emplacamentos por dia. No início de março, eram cerca de 11 mil unidades por dia.

Segundo Moraes, a Anfavea enviou sugestões ao governo voltadas à preservação de empregos. Ele disse que parte delas foi inserida na Medida Provisória anunciada na semana passada e que, com certeza, as ações dão às empresas a chance de fazer uma gestão da mão de obra até o retorno às atividades."Mas, quando voltarmos, o volume de produção será menor, então será necessário ter algum mecanismo de redução da jornada ou suspensão temporária de contratos, por exemplo", disse.

O executivo disse também que é importante o governo já começar a pensar em medidas para serem adotadas durante a retomada, de modo a estimulá-la. Sugeriu, inclusive, que o grupo de um trabalho seja criado especificamente para isso, enquanto o governo atua no combate à pandemia e aos efeitos econômicos.


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