Após privatização, ações da Eletrobras saltam o dobro do retorno do FGTS em um ano
Vendidos por R$ 42 na oferta pública, papéis da companhia de energia já são negociados por R$ 44,63 na Bolsa de Valores
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Menos de dois meses após a oferta pública para privatizar a Eletrobras (ELET3), as ações da maior companhia de energia elétrica da América Latina já dispararam mais 6%, valor equivalente ao dobro do pagamento do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) no período de um ano.
O processo que resultou na privatização da Eletrobras movimentou cerca de R$ 33,7 bilhões e fixou em R$ 42 o preço de cada ação da empresa de energia. Até o pregão da última sexta-feira, os papéis da empresa fecharam o dia negociados a R$ 44,63, alta de 6,26% desde a privatização.
Desde a oferta de ações, realizada no dia 9 de junho, foram realizados 30 pregões na Bolsa brasileira e as ações da empresa de energia só caíram em dez sessões. Nos dois primeiros dias, os papéis voltaram a ser negociados abaixo dos R$ 40, mas já garantiram uma valorização de 11,6% desde então.
Para quem fez uso dos recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), o ganho no período inferior a dois meses já é superior ao dobro da rentabilidade anual oferecida para as contas do fundo, de 3% + TR (Taxa Referencial), atualmente em 0,15%.
Vale ressaltar que o valor dos recursos aplicados nas ações da Eletrobras ainda pode oscilar negativamente e o período mínimo de manutenção da aplicação da grana do Fundo é de um ano. No momento da oferta, era possível destinar até 50% do montante total presente no FGTS para a compra dos papéis.
A busca pelo uso do fundo para comprar os papéis da companhia contou com a adesão de 350 mil trabalhadores. Com a alta procura, o teto definido para o uso dos recursos, de R$ 6 bilhões, foi superado em 50%, o que fez com que apenas 66,8% do valor indicado para a aplicação fosse efetivamente direcionado para a compra das ações.
A privatização da Eletrobras movimentou R$ 33,7 bilhões e representa uma das maiores ofertas de ações em todo o mundo neste ano. Na Bolsa brasileira, a operação é a principal desde a capitalização da Petrobras, em 2012, que movimentou R$ 100 bilhões.