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Banco Central confirma previsões e mantém taxa básica de juros em 13,75%

Copom afirma que decisão é compatível com estratégia de trazer a inflação para perto da meta em 2023 e 2024

| Foto: Agência Brasil / Divulgação / CP

O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) decidiu manter a Selic, a taxa básica de juros da economia, no patamar atual, de 13,75% ao ano, confirmando as apostas do mercado. Na reunião anterior, em setembro, o colegiado não alterou o índice, decretando o fim do mais longo ciclo de alta de juros de sua história. 

Segundo o comitê, a decisão divulgada nesta quarta-feira é compatível com a tentativa de puxar a inflação para perto da meta em 2023 e em 2024, e reflete a incerteza de cenários e o balanço dos riscos de variação da inflação futura maior que a usual. Ela também permite que o objetivo de assegurar a estabilidade de preços seja atingido, e implica na diminuição das flutuações do nível de atividade econômica e no fomento do pleno emprego.

Apesar de analistas terem acertado os palpites sobre a manutenção da Selic, a incerteza é quanto ao período de duração da estabilidade dos juros, já que a o rumo da política fiscal, dependente do cenário eleitoral, ainda é o principal fator de dúvidas para a política monetária. Quanto a isso, os membros do Copom informam que "os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados, e que o ciclo de ajuste poderá ser retomado, caso o processo de desinflação não transcorra como esperado".

Desde a primeira alta, em março de 2021, quando a taxa de juros estava na mínima de 2%, ela subiu 11,75 pontos percentuais, o maior choque de juros desde 1999, quando, durante a crise cambial, o BC elevou a Selic em 20 pontos percentuais de uma vez só.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas opções de investimento pelas famílias.

Para Fernando Fenolio, economista-chefe da WHG (Wealth High Governance), a Selic deve continuar em 13,75% até junho de 2023, para quando prevê o início do ciclo de cortes. Ele explica que vários fatores limitam os cortes mais cedo, como a inflação, ainda resistente, de serviços, e as surpresas positivas com o mercado de trabalho e com a atividade econômica, além do cenário internacional nebuloso. Ele avalia que a taxa básica de juros deve encerrar 2023 em 12,5%, e 2024, em 10%.

Mais gastos

João Maurício Lemos Rosal, economista-chefe da Terra Investimentos, diz que o arrefecimento da inflação, previsto para o curto e médio prazos, deve permitir que o BC mantenha a Selic em 13,75% e inicie um ciclo de cortes no fim do segundo trimestre de 2023, levando a taxa a 11% no encerramento do próximo ano.

Ele afirma que o principal risco está relacionado com a autorização para despesas acima do teto de gastos em 2023, uma vez que projeções do mercado parecem já ter incorporado uma "licença" para gastar em torno de R$ 130 bilhões. Caso a despesa fique abaixo disso, o BC pode ter espaço para reduzir mais os juros, mas se superar esse montante, a perspectiva é de menos cortes, e de uma Selic mais alta no fim do ano que vem.

Já o economista-chefe da Santander Asset, Eduardo Jarra, considera que o BC somente deve iniciar os cortes da taxa Selic no terceiro trimestre de 2023, em um ritmo de 0,5 ponto porcentual por reunião, o que levaria os juros a 11,75% no fim de 2023. Segundo o economista, esse prazo deve ser suficiente para observar uma tendência mais clara de queda da inflação, que leve as expectativas para 2024 para o centro da meta, em meio à desaceleração esperada para a economia global.

Para Jarra, o movimento recente de desaceleração da inflação ajuda a reduzir as incertezas com relação à política monetária no curto prazo. A comunicação do BC, no entanto, deve continuar com um tom que reforce o cenário de juros altos por mais tempo.

R7